Não vislumbro o fim,
Nem me lembro do início.
É o cenário que passa,
Através do corpo e intensidades.
E o segredo é que ele não se move
No movimento de tudo.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
O vivente se confunde com o mundo orgânico. Ele é múltiplo na constituição de tudo aquilo que vive. Abarca o germe, o vegetal e o animal em suas interseções. Por isso não é possível uma ciência do vivente. Ele é impreciso entre o animado e o animado. É uma espécie de efeito e não uma presença. Tudo que existe produz um movimento vivente. Afinal, porque não podemos dizer que uma estrela vive? Mesmo quando no céu ela não existe, perpetuando-se como reflexo na escuridão noturna, contra o tempo ela persiste.
Um pequeno poema de Cecília Meireles inventou, em franco ataque de lirismo inútil, uma vertigem de vento.
Um movimento de silêncios antigos acordou o tempo e o espaço nas permanências de um eterno retorno contra o imperativo dos significados.
Uma folha caiu em todos os tempos....
EPIGRAMA N 9
O vento vai,
A noite toda se atordoa,
A folha cai.
Haverá mesmo algum pensamento
Sobre essa noite? Sobre esse vento?
Sobre essa folha que se vai?
Cecília Meireles