quarta-feira, 17 de outubro de 2018

AS ESPIRAIS DO TEXTO



Dentro de um texto existem frases que constituem ilhas de sentido, que destoam da narrativa, e servem de porta para outros textos, para fugas da intencionalidade da totalidade do discurso. Assim se fazem interpretações, apropriações e reinvenções. O texto lido é sempre diverso daquele que foi escrito.

O excerto é sempre uma reduplicação mutante do original. Ele é o texto que estala, que se espalha e escapa ao autor e ao leitor como figuras comunicantes do ato de linguagem.  É fácil entender a incompreensão de um texto, o labirinto da hermenêutica que multiplica os interpretes, os leitores infiéis, os detratores e críticos literários que em longas resenhas vivem as custas das pseudo copias do original.  
  
Todo texto esta condenado a perder-se em interpretações e releituras infinitas, multiplicar-se, neutralizar-se.

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