Algumas pessoas escutam com os
olhos e falam com as mãos. É uma questão
de sensibilidade para as curvas e nuanças da comunicação, para o que há de verbal e não verbal no ato de expressão. É sempre
preciso estar atento para o que é dito em silencio e a margem das palavras. Raramente
nos damos da múltipla dimensão do ato de comunicação que depende não apenas do
tido, mas fundamentalmente da escuta. Ou mais precisamente, das diversas formas
de escuta e apreensão de uma mensagem. De outra forma, comunicar-se não passa
de um monologo.
Escutar com os olhos e falar com
as mãos é aqui apenas um exemplo do
quanto podemos ser versáteis em nossa
forma de dizer e ouvir ampliando as estratégias de ser visto. Antes de
tudo somos seres simbólicos, e a circulação de signos obedece a um fluxo de
imagens que definem tudo aquilo que é visível em uma sociedade. Mas é
surpreendente o quanto aquilo que contradiz as normativas de expressão nos
excita. O que se convencionou no plano das artes como modernismo é juntamente a
personificação deste exercício de experimentação.
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