Estou condenado ao inacabamento,
ao provisório dos pensamentos
e ao transitório dos sentimentos.
Tudo é incerto
E a vida segue aberta,
apesar do estreito das minhas rotinas.
Talvez eu ainda não
me conheça.
Ainda não terminei de nascer.
Amanhã serei outro
na filogênese do meu rosto.
Mas não saberei o obvio
do desatino de ser eu.
Tudo que fui foi prematuro.
Queria rescrever meus atos.
Parar o tempo e sonhar,
Não ser apenas este esboço
de solitário trabalho inútil
de se fazer e perder
para acontecer de novo.
Mas nada é definitivo
e eu me desfaço em
devir.