quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A VONTADE CATIVA

Alguns sonhos estão latentes na proximidade do imediatamente dado.  Quando o percebemos como  um misto de fantasia e desejo a assombrar o pensamento, nos damos conta de que somo prisioneiros dos nossos atos e  gestos, que somos limitados por nossas auto definições e convicções e que, em alguma parte de nós, reside o inteiramente outro de nós mesmos.

Trata-se  aqui daquilo tudo que nos recusamos a viver e se cristalizou como hipótese de opções perdidas. Falo daquele segundo em que não dobramos a esquina e  não desistimos da segurança do previsível. Como se o acaso e a sorte exigissem bons jogadores e não apenas indivíduos suficientemente audaciosos para se exporem ao incerto e ao risco.


Você podia ter escolhido ir a praia no luar do trabalho, embriagar-se naquela madrugada em vez de dormir cedo...  Começar uma conversa com aquela garota no elevador... Tanta coisa podia ter feito diferente e se rasgado um pouco. Mas não. Isso não lhe seria suficiente. Nada te esgota a vontade que de tão intensa já não comporta mais qualquer objeto.

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