Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
sexta-feira, 20 de julho de 2007
SUBJETIVIDADE DE ALMA E SENTIMENTO...
Que define cada ser humano
Universos se expandem
Até o limite da alma.
Tudo é abstração e construção
De si mesmo.
Tudo é aventura e descoberta
No desconhecer do outro
No próprio espirito.
Quem me dera ter na manga
Qualquer resposta fácil
Para as dissonâncias da vida,
Quem me dera ser herói
Em lugar da migalha
Do meu próprio eu.
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Toda alegria é infinita
Em apenas um momento,
Toda alegria é fantasia
Que nos constrói realidades
Na aventura do mundo.
O que é no fundo
Uma alegria?
Talvez tristeza
De me encontrar comigo
No deserto profundo
Do meu desconhecimento de tudo.
LITERATURA INGLESA I
quinta-feira, 19 de julho de 2007
FEMINIMO E LITERATURA MEDIEVAL DO PONTO DE VISTA PSICO HISTÓRICO
Definição superficial de “amor cortes”
Para a igreja católica de fins do sec XII o casamento tornava-se cada vez mais um modo de influenciar a sociedade secular e lhe impor um dado ideal de espiritualidade que culmina na conversão do casamento em sacramento controlado pela própria Igreja no séc XIII...
Neste contexto, privilégio de poucos, “O aprendizado do verdadeiro amor implica em uma cultura superior e complexa, em uma mística e uma ascese que só poderia ser aprendida entre as mulheres finas e instruídas e adulteras” ( Mircea Eliade. História das crenças e das Idéias religiosas. Volume III; p. 123 )
Por outro lado o casamento era um mero instrumento de alianças senhoriais destinadas a proteger o patrimônio ancestral do fracionamento. Neste sentido, o casamento era um contrato destinado ao cumprimento de obrigações sociais e políticas.
Pensando aqui especificamente nas narrativas em língua vulgar escritas por Chrétien de Troyes (1135-1183), cabe observar que este autor, de modo singular, substituiu em seus poemas inspirados na Matéria da Bretanha, o rude mundo masculino das epopéias medievais por uma exposição das tensões entre diferentes códigos de amor e de honra, as exigências antagônicas da vida secular e religiosa. O melhor exemplo é seu Lancelot, O cavaleiro da charrete, cujo o argumento lhe fora imposto, muito significativamente, por sua protetora Maria de Champagne.
Conveniente lembrar nesse ponto, as Lais Bretãs compiladas por Maria de Franca por volta de 1175, pequenos contos de amor e de mistério inspirados na tradição oral do folclore bretão. Embora nestes a figura masculina do cavaleiro permaneça como o centro da narrativa as figuras femininas desempenham papel quase sempre decisivo.
No imaginário medieval predomina a dualidade entre Eva e Ave: a mulher como pecadora natural e inspiradora espiritual. No plano social e aristocrático as mulheres, embora marginalizadas, destacam-se no campo das letras, seja como patronas de literatos, como religiosas ou escritoras. No primeiro caso cabe lembrar o exemplo de Eleonor da Aquitânea ( rainha da França e posteriormente da Inglaterra) e sua filha Maria de Champagne, no segundo caso o da mística alemã Hildegard de Bingen, “a sibila do Reno”, no terceiro destaca-se Maria de França....
Muito ainda resta a dizer sobre a dualidade entre cristianismo e paganismo que define a sociedade medieval e, de outras maneiras, ainda define o nosso presente em um claro indício de que o cristianismo nunca foi absoluto ou vencedor na afirmação de uma imagem peculiar de mundo fundada no logos e dado projeto de racionalidade...
Falta qualquer coisa
No segredo desta noite,
Qualquer paz de estrela cadente.
em ânsias de dias seguintes.
Falta qualquer coisa...
Não sei ao certo.
Talvez um grito,
Um riso
Ou um rio a correr na alma.
Talvez apenas
Um gole de esperança,
Um porre de ânsia
Ou um sono de jardim.
Falta alguma coisa...
É certo
Na certeza da própria vida.
terça-feira, 17 de julho de 2007
ESPECULAÇÕES À SOMBRA DE UM DRAGÃO...
APROFUNDAMENTO DAS HORAS
Não posso escrever enquanto estou ansiosa ou espero solução a problemas porque nessas situações faço tudo para que as horas passem- e escrever, pelo contrário, aprofunda e alarga o tempo. Se bem que ultimamente, por necessidade grande, aprendi um jeito de me ocupar escrevendo, exatamente para ver se as horas passam.”
Clarisse Lispector
Diria eu que escrever para que as horas passem é uma busca, uma realidade do homem no tempo que se perde, um descobrir-se no limite e no alem de coisas e fatos ... Desvelar, talvez, de um grande dragão vermelho que nos transforma em alma e vida no fogo de toda vontade que nos faz acontecer.
A NATUREZA DO DIA
Sim, eu acordei....No involuntário movimento matinal de abrir os olhos e saber de mim sem pensar; no não lembrar as marcas do sonho e do sono que até a pouco insinuavam qualquer coisa mágica além do banal e do normal ... Eu acordei.
Mas abri desleixado a gaveta de um vento onde guardava projetos de inacabadas infâncias e idealizadas velhices felizes para finalmente me buscar como adulto, superar relativamente as horas organizadas sob os números que nomeiam a data que é esse dia cíclico e infinito no sempre igual dos anos...
Que importa? Do que vale tudo isso e a janela aberta em sol?
Sei, felizmente, o ouro das paciências todas somadas.
Sei o obrar da espera de um futuro que me redima dos tempos desse impertinente dia;
que me conduza a didatica introspecção do meu eu além dos fatos e horas perdidas.
segunda-feira, 16 de julho de 2007
AUSÊNCIA
Dos meus amanhãs de menino,
Das minhas certezas de infância,
Saudades de céu azul
E noites de estrelas,
Na luz de algum encanto
De alma e corpo.
Tenho saudade de mim mesmo
Nos dias primeiros
De invenção da minha existência.
Falta qualquer coisa
No segredo desta noite,
Qualquer paz de estrela cadente.
em ânsias de dias seguintes.
Falta qualquer coisa...
Não sei ao certo.
Talvez um grito,
Um riso
Ou um rio a correr na alma.
Talvez apenas
Um gole de esperança,
Um porre de ânsia
Ou um sono de jardim.
Falta alguma coisa...
É certo
Na certeza da própria vida.
CORPO E PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO
O imaginário contemporâneo, não é novidade dizer, distanciou-se significativamente das premissas do pensamento “clássico” ou “moderno” e seu referencial logocentrista. As zonas de experiência e da ação que definem o ato reflexivo do pensamento, seja no fazer-se da linguagem, da arte ou da política, mesmo que inconscientemente, recuperam a presença e realidade do corpo enquanto consciência do espaço e do tempo como condição inalienável da própria reflexão e suas premissas.
Trata-se de um corpo que se observa, que se faz pensamento, através da presença que nos define no mundo; não mais necessariamente articulado pela coordenação recíproca de experiências que estabelecem um intersubjetivo consenso que estabelece a realidade enquanto outro de nós mesmos em sociedade.
O corpo tornou-se experiência e enigma de autoreflexão, de reconhecimento de nossa própria singularidade e não mais um uma mero testemunho ontológico da condição de pertencimento a espécie, a humanidade...Ele é cada vez mais cocreto na objetividade de seus cuidados, cultos e idealizações aparentemente banais. Ele é o que define nosso limitado e reduzido lugar no mundo, a consciência de nós mesmos como seres autônomos e atomizados atores e autores da reflexão.
O corpo nos possui como o possuimos e é o próprio mundo que somos. O pensamento atraves dele torna-se performace, gesto, ritual ou mera necessidade.... cuja presença ou expressão é fragmento ou particularidade de um real inesgotável, um caminhar pelas ilegiveis e confusas vielas do espirito guiados pela sensualidade que nos disperta tudo que existe virtual ou concretamente.
Em poucas palavras, nos aproximamos de qualquer neo materialismo profundamente imaginativo onde o pensar divorcia-se de qualquer imagem racional de verdade e faz-se carne em nossas duvidas e incertezas cotidianamente vividas em todos os campos da existência.
O MANDALA COMO SÍMBOLO DO SELF
SOBRE O EU, O TEMPO E O MUNDO
Do meu rosto
E se partiu
Em cacos
No fundo de um chão
Aberto de mundo.
Qualquer coisa
Perdeu-se ali
Sem me fazer falta,
Qualquer entulho,
Que me distorcia o riso
E só reconheci em cacos...
Quebrou-se
Então
A casca
De algum antigo mundo.
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Meus olhos fechados
Adivinham infinitos.
Inventam o instintivo ato de imaginação
Onde arrumo os fatos
Em seus lugares e tempos
De provisórios caminhos.
Qualquer cegueira d’alma,
Entretanto,
Inventa sombras no escuro,
Apaga presentes e problemas,
Sonhando qualquer outro dia
No encanto profundo
Do púrpuro azul da noite.