segunda-feira, 16 de julho de 2007

SOBRE O EU, O TEMPO E O MUNDO

Um eu caiu
Do meu rosto
E se partiu
Em cacos
No fundo de um chão
Aberto de mundo.

Qualquer coisa
Perdeu-se ali
Sem me fazer falta,
Qualquer entulho,
Que me distorcia o riso
E só reconheci em cacos...
Quebrou-se
Então
A casca
De algum antigo mundo.
****************
Meus olhos fechados
Adivinham infinitos.

Inventam  o instintivo ato de imaginação
Onde arrumo os fatos
Em seus lugares e tempos
De provisórios caminhos.

Qualquer cegueira d’alma,
Entretanto,
Inventa sombras no escuro,
Apaga presentes e problemas,
Sonhando qualquer outro dia
No encanto profundo
Do púrpuro azul da noite.

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