segunda-feira, 16 de julho de 2007

CORPO E PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO



O imaginário contemporâneo, não é novidade dizer, distanciou-se significativamente das premissas do pensamento “clássico” ou “moderno” e seu referencial logocentrista. As zonas de experiência e da ação que definem o ato reflexivo do pensamento, seja no fazer-se da linguagem, da arte ou da política, mesmo que inconscientemente, recuperam a presença e realidade do corpo enquanto consciência do espaço e do tempo como condição inalienável da própria reflexão e suas premissas.
Trata-se de um corpo que se observa, que se faz pensamento, através da presença que nos define no mundo; não mais necessariamente articulado pela coordenação recíproca de experiências que estabelecem um intersubjetivo consenso que estabelece a realidade enquanto outro de nós mesmos em sociedade.
O corpo tornou-se experiência e enigma de autoreflexão, de reconhecimento de nossa própria singularidade e não mais um uma mero testemunho ontológico da condição de pertencimento a espécie, a humanidade...Ele é cada vez mais cocreto na objetividade de seus cuidados, cultos e idealizações aparentemente banais. Ele é o que define nosso limitado e reduzido lugar no mundo, a consciência de nós mesmos como seres autônomos e atomizados atores e autores da reflexão.
O corpo nos possui como o possuimos e é o próprio mundo que somos. O pensamento atraves dele torna-se performace, gesto, ritual ou mera necessidade.... cuja presença ou expressão é fragmento ou particularidade de um real inesgotável, um caminhar pelas ilegiveis e confusas vielas do espirito guiados pela sensualidade que nos disperta tudo que existe virtual ou concretamente.
Em poucas palavras, nos aproximamos de qualquer neo materialismo profundamente imaginativo onde o pensar divorcia-se de qualquer imagem racional de verdade e faz-se carne em nossas duvidas e incertezas cotidianamente vividas em todos os campos da existência.

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