A História do tempo presente nos
desafia a reflexão sobre quem somos e sobre o que estamos vivendo. Toma para si
a responsabilidade do agora na problematização dos seus impasses e
possibilidades.
Cabe aqui considerar a seguinte
ponderação a fim de inspirar uma consideração do tema:
“Sobre os motivos que teriam levado ao
desabrochar deste campo historiográfico, comentam Agnès Chauveau e Philippe
Tétart que seriam a história renovada do político, o impacto de geração e o
fenômeno concomitante de demanda social.4 Para estes dois autores, esta
modalidade historiográfica seria tributária dos anos 1950, quando a sociedade
demandava esclarecimentos a respeito dos traumas que vivera. Essa produção
histórica, simétrica à demanda social, teria como raízes ainda o “aumento e a
aceleração da comunicação, a renovação progressiva da imprensa e da edição, a
elevação do nível de estudo e a força dos engajamentos ideológicos, morais, dos
anos 50-60”.5 Agnès Chauveau e Philippe Tétart comentam que este campo se
ampara no pressuposto metodológico de que a história não é somente o estudo do
passado, mas também, “com um menor recuo e métodos particulares, o estudo do
presente.”6 Meu objetivo aqui é identificar algumas medidas metodológicas para
uma possibilidade – apenas uma dentre outras tantas – de um fazer histórico
deste campo.”
Eduardo Meinberg de Albuquerque
Maranhão Filho. Para uma História do Tempo Presente: o ensaio de nós mesmos. For a Present Time History: the
essay of ourselves. In Fronteiras: Revista Catarinense de História,
Florianópolis, n.17, 2009 p.137