A veracidade de um argumento não
o faz verdadeiro. Tudo depende da qualidade de suas premissas. Uma boa
argumentação pode se sobrepor a verdade mediante a persuasão de seus
enunciados. Por isso, mesmo quando impotentes contra um bom argumento, não
somos convencidos a aderir a ele e replica-lo.
Entendo aqui verdade não como uma
correspondência entre as palavras e as coisas. O que só pode ser concebível em
um plano ideal. A verdade não passa de um sentimento quanto a qualidade de
determinado enunciado cuja validade nos parece evidente. Por isso não se deve
concebe-la em termos absolutos. Há sempre enunciados paralelos e concorrentes
sobre determinado assunto igualmente aptos a condição de verdade. Mas quando
estamos certos de determinada coisa, não consideramos nossa parcialidade como
premissa da convicção. Sempre julgamos nossa subjetividade um ato de
objetividade.
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