terça-feira, 26 de julho de 2016

SHOPENHAUER E O FRAGMENTO COMO PREMISSA DO PENSAR FILOSOFICO

Até onde eu sei o aforismo foi introduzido na filosofia por Arthur  Shopenhauer  em franca oposição aos enunciados dedutivos dos sistemas filosóficos como o de seu eterno desafeto Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Assim, podemos atribuir-lhe um modo novo de exercitar o pensamento filosófico que encontrou e Friedrich Wilhelm Nietzsche um dos mais fecundos herdeiros.
Não se trata apenas de uma questão de estilo, mas de uma consideração do particular, do fragmento, como uma estratégia discursiva que busca fugir a gaiola dourada dos conceitos e da narrativa monolítica de uma racionalidade estreita.
O fragmento se faz através de um “dizer aberto” onde o todo não é a soma das partes e se realiza no pressuposto de seus inacabamentos e silêncios.
As mais fecundas narrativas são como complexas tapeçarias artesanal e pacientemente tecidas em imaginações de caleidoscópio. Afinal, nossa própria condição de seres viventes é fragmentada, multifacetada e aberta a possibilidades quase infinitas de interpretações e reelaborações.


Em resumo, as lacunas de uma narrativa são tão necessárias quanto a sua intencionalidade. 

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