O momento do
pensamento pressupõe a preexistência da realidade.Mas a realidade é um ato de
pensamento. Realidade e pensamento são expressão da consciência como fronteira
entre o orgânico e o inorgânico. Cada um de nós é o próprio mundo observado. A
falsa dualidade entre sujeito e objeto sustenta a tagarelice logocêntrica do
pensamento ocidental. Afasta de forma absurda os saberes de nossa presença no
mundo. Não existe momento do pensamento que não seja instante do corpo onde o eu
é toda experiência de mundo.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
quinta-feira, 1 de agosto de 2019
quarta-feira, 31 de julho de 2019
DUALISMO E CORPOREIDADE
O corpo/natureza
nada tem em comum com o corpo/sociedade. Os dois coincidem na mesma extensão,
mas são absolutamente diversos. Ambos definem o eu onde se escreve esta
presença que sou. Mas um só é visível na ausência do outro.
O corpo/natureza
é múltiplo e provisório arranjo de moléculas, células e órgãos.
O corpo/sociedade
é desejo domado, habito e pensamento. Ele
é pura abstração.
Ambos fluxo,
desejo ....
Em nenhum
deles eu existo.
Mas estou em
ambos,
Vivo e morto.
A RESPOSTA
A resposta
mora na próxima pagina.
Mesmo que
agora
Você já esteja
lendo a próxima pagina.
Nunca pare de
ler.
Busque sempre a
resposta.
Ela espera na próxima
pagina,
Na nota de rodapé
do livro
seguinte,
No próximo
leitor.
Não duvide!
Leia!
segunda-feira, 29 de julho de 2019
SABER E POESIA
Estamos
sempre atentos a palavra, a verbarrogia, ao dizer continuo sobre todas as
coisas. Nos entupimos de informação, de respostas, significações.
Estamos
sempre cheios de verdades, de versões da realidade, de convicções afetivas e
eletivas.
Mas
todas as opiniões somadas não definem o mundo ou a vida. Sevem apenas as ilusões
e normas da civilização.
É
no silencio que existimos como vivente,na composição do orgânico e do inorgânico,
do ser e do não ser.
Precisamos
ouvir mais o silêncio, sentir a realidade como coisa vivida que extrapola o
pensado e o representado.
O saber mais autentico é o a poesia que não serve a nenhum poder sobre pessoas e coisas, pois se propõe a nada dizer no falar de tudo.
sábado, 27 de julho de 2019
A ARTE DE VIVER E CONVIVER
Partilhar o mundo é compartilhar um juízo estético. Por isso a arte é mais importante à existência do que qualquer ciência.
A partilha possível de uma sensação abstrata de prazer é o que define o contágio dos afetos entre os diferentes.
Partilhar o mundo é viver singularidades de modo impessoal e íntimo na construção social da subjetividade. É saber o outro no prazer de ser, de produzir presença, compor vivências através daquilo que nos co-transforma.
O dialogo inventa o sentido como expressão afetiva de uma experiência comum.
Somos como arvores dançando um vento....
Somos como arvores dançando um vento....
sexta-feira, 26 de julho de 2019
O SILÊNCIO DA PALAVRA ESCRITA
Estou ausente da palavra que me escapa do punho.
Ela é meu modo
de não dizer nada,
De fugir de
mim mesmo,
Enquanto o
tempo mata
E apaga tudo que existe.
Apenas ausências sustentam
a escrita
como um dizer que não fala,
Que reinventa
a si mesmo
como forma e enigma
como forma e enigma
Na vertigem do
pensamento.
O texto é pura performance de ausências.
O texto é pura performance de ausências.
A palavra não
comunica,
Não explica.
Se quer tem objeto.
Se quer tem objeto.
Ela traduz o
vazio em toda sua complexidade
Construindo segredos
em cada verso,
construindo simulacros e desvios
no corpo de mil narrativas.
Tudo isso apenas para registrar silêncios
no desdizer da vida.
construindo simulacros e desvios
no corpo de mil narrativas.
Tudo isso apenas para registrar silêncios
no desdizer da vida.
MULTIPLICIDADE E EXISTÊNCIA
Invento
a mim mesmo sempre incompleto,
Contraditório
e aberto ao outro.
Porque
sou sempre todos os outros que me povoam.
Mesmo
sem conhece-los vivo dentro deles,
Incapaz
de ser eu mesmo.
O
indeterminado me define como processo,
Como
anônima expressão de gente
Que
não se conforma ao seu próprio rosto.
quinta-feira, 25 de julho de 2019
SOBRE OS LIMITES DO HUMANISMO
Já não nos
reconhecemos confortavelmente naquela abstração antropológica que separou o
animal do homem. Mas disso não se deduz qualquer fantasia primitivista de um
retorno a natureza. Pelo contrario, é com o vazio do humano que somos
confrontados. Não sabemos lidar com nossa animalidade e essa inadaptação a
nossa inalienável condição animal se tornou um fardo com a civilização, com os
artifícios de sobrevivência e reinvenção da vida que a cultura significou ao
longo de séculos de adaptação do homem ao mundo em seus próprios termos.
O que nos
tornamos já não é visto como um ganho, mas como um fado do qual parecemos
incapazes de nos livrar.
A forma-homem
já não é mais vista inequivocadamente como a medida de todas as coias humanas.
A natureza retorna como um imperativo necessário a nossa própria sobrevivência diante
das disfunções da civilização pós industrial. Nos encaminhamos para o limite do
pensável diante de toda a tradição humanista.
segunda-feira, 22 de julho de 2019
ÉTICA E LINGUAGEM
O
que busco pelo discurso é uma transparência impessoal da vida.
Procuro
um efeito de verdade que abrigue o desejo,
Que
me faça criativo,
Que
me permita existir além de toda identidade.
Não
procuro respostas, nem sonho revoluções.
Sei
que jamais esgotaremos todas as possibilidades da realidade.
Busco o livre modo de uma nova ética,
A
plena realização do meu corpo
em intensa existência.
em intensa existência.
Mas
o que quer meu corpo?
O EU, OS OUTROS E O NÓS
Entre
o meu inicio e o meu fim há o absoluto do meu existir em todas as direções da
vida. Sou essencialmente exterioridade. Algo que dura e perdura contra o tempo
através do desejo.
Mesmo
que provisoriamente eu existo, ínsito em mim mesmo, descobrindo e redescobrindo
o mundo.
Existir
é um ato de criação permanente onde me surpreendo criador e criatura de um
mundo comum a todos. Dentro de mim existem os outros e juntos inventamos um nós
que virá.
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