sexta-feira, 26 de julho de 2019

O SILÊNCIO DA PALAVRA ESCRITA



Estou ausente da palavra que me escapa do punho.
Ela é meu modo de não dizer nada,
De fugir de mim mesmo,
Enquanto o tempo  mata
E apaga tudo que existe.

Apenas ausências sustentam a escrita
como um dizer que não fala,
Que reinventa a si mesmo
como forma e enigma
Na vertigem do pensamento.

O texto é pura performance de ausências.
A palavra não comunica,
Não explica.
Se quer tem objeto.

Ela traduz o vazio em toda sua complexidade
Construindo segredos em cada verso,
construindo simulacros e desvios
no corpo de mil  narrativas.
Tudo isso apenas para registrar silêncios
no desdizer da vida.



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