quinta-feira, 25 de julho de 2019

SOBRE OS LIMITES DO HUMANISMO


Já não nos reconhecemos confortavelmente naquela abstração antropológica que separou o animal do homem. Mas disso não se deduz qualquer fantasia primitivista de um retorno a natureza. Pelo contrario, é com o vazio do humano que somos confrontados. Não sabemos lidar com nossa animalidade e essa inadaptação a nossa inalienável condição animal se tornou um fardo com a civilização, com os artifícios de sobrevivência e reinvenção da vida que a cultura significou ao longo de séculos de adaptação do homem ao mundo em seus próprios termos.
O que nos tornamos já não é visto como um ganho, mas como um fado do qual parecemos incapazes de nos livrar.

A forma-homem já não é mais vista inequivocadamente como a medida de todas as coias humanas. A natureza retorna como um imperativo necessário a nossa própria sobrevivência diante das disfunções da civilização pós industrial. Nos encaminhamos para o limite do pensável diante de toda a tradição humanista.  


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