Já não nos
reconhecemos confortavelmente naquela abstração antropológica que separou o
animal do homem. Mas disso não se deduz qualquer fantasia primitivista de um
retorno a natureza. Pelo contrario, é com o vazio do humano que somos
confrontados. Não sabemos lidar com nossa animalidade e essa inadaptação a
nossa inalienável condição animal se tornou um fardo com a civilização, com os
artifícios de sobrevivência e reinvenção da vida que a cultura significou ao
longo de séculos de adaptação do homem ao mundo em seus próprios termos.
O que nos
tornamos já não é visto como um ganho, mas como um fado do qual parecemos
incapazes de nos livrar.
A forma-homem
já não é mais vista inequivocadamente como a medida de todas as coias humanas.
A natureza retorna como um imperativo necessário a nossa própria sobrevivência diante
das disfunções da civilização pós industrial. Nos encaminhamos para o limite do
pensável diante de toda a tradição humanista.
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