A categoria “vivente”
pressupõe toda forma de vida. E toda forma de vida pressupõe seu meio, seu
ambiente. O vivente é um ser fora de si, sua sobrevivência é uma constante
busca do que lhe ultrapassa. Nada mais distante da imagem de mundo construída pela
racionalidade moderna formatada por uma subjetividade definida por um eu
abstrato e autônomo inspirada pelo dualismo cartesiano. O vivente, ao contrário,
é definido pela nudez biológica da existência inserida em um eco sistema. Para
o vivente o meio é o seu ser. É o espaço e não o logos que o define como tal
através de interações físicas, biológicas e cultural que fazem coincidir um dentro e um fora como atividade de existir.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
sábado, 10 de novembro de 2018
O VIVENTE
O vivente não se confunde com o humano, esta abstrata fabulação de nós mesmos. Mas também não é o organismo. É o biológico em sua radicalidade nua do corpo mundo como caos de multiplicidades.
O que vive é composição variante do inorgânico. É o que perpassa tudo sem fazer qualquer sentido.
sexta-feira, 9 de novembro de 2018
DEFINIÇÃO DE LIBERDADE
Talvez liberdade
seja somente este sentimento de permanente estado de incacabamento, de
rearranjos intermináveis que articulam o eu e o mundo através do corpo.
Liberdade é
poder ser ninguém. É fugir a toda identidade e determinação. Ninguém é livre
quando se prende a qualquer definição de liberdade. Liberdade não se define.
Liberdade é
qualquer coisa que te afeta e provoca um riso, um contentamento desmedido e sem
razão.
Liberdade é
riso!
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
A PALAVRA MENOR
A palavra menor dedica-se
ao exercício de deriva da escrita, escapa ao livro como meio e objeto, como
dispositivo de linguagem.
A palavra menor é
titubeante, cheia de reticencias. Ela se perde em aforismos, em inacabamentos,
descontinuidades e recomeço, sem precisar seu objeto. Ela é jogo. Nada
representa. Diz a si mesma. Persegue a nudez do pensamento que já não expressa.
A palavra menor
escreve-se na pele.
O SER VIVENTE
O ser vivente definido pela
biologia,
Pela mente que se faz mundo,
Que se dilui em palavra
E desaparece nas coisas
Através da experiência,
É um comporto entre um dentro e um
fora.
É um apêndice da existência onde
somos todas as coisas.
O que vive persiste em
indeterminado movimento.
AS MARGENS DO ÚLTIMO HOMEM
A nudez do vivente como experiência limite, como transbordamento do imediato, como necessidade ferida, afeto distópico.
A existência transcende o tempo e traça a geografia de nossa cotidiana fragilidade como novo paradigma ontológico.
Existimos em estado de necessidade, em deriva biológica. O orgânico transcende a forma homem.
O corpo é tudo que nos resta do mundo em tempos em a mente experimenta vertigens históricas.
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
A RECUSA DO TEMPO PRESENTE
No combate ao tempo presente, ensaiamos devires, potencializando à vida em cada ensaio de imaginação.
Abandonarmos arquivos, já não queremos saber. Nosso rosto não passa de um retrato antigo. Buscamos silêncios diante de um mundo mudo. Perseguimos à nudez das coisas.
O intempestivo nos ensina o futuro e aprendemos a realidade como um relâmpago.
Reduzidos à condição de viventes, reinventado nossos corpos nômades em meio a desertos de existências tomadas.
terça-feira, 6 de novembro de 2018
PENSAR E EXISTIR
De algum modo, desejo que essa escrita, que
transborda para fragmentos de outras materialidades, descreve o próprio movimento
de uma procura, procura que liga pensamento e existência em uma experiência
fundamental, sendo essa procura a de uma andança.
Maurice Blanchot
Escrever é
sentir, tocar, aprender, explorar, expressar... mas nunca é palavra morta
jogada na folha. Nunca é o sentido, o
proposito, o arquivo, que de antemão determina o que pode ser dito. O caminho só
existe através dos passos. Afinal, o que faz de andar algo mais do que um ato é
o encontro entre o chão e o corpo. Existir
é isso: compor e costurar existires, existências. O mundo é uma serie ilimitada
de combinações possíveis de arranjos.
Escrever liga
pensar e existir na experiência de um movimento que não se move.
Tenha sempre
letras dentro da pele!
FORMA E CONTEÚDO
Tudo que existe
possui uma aparência e, portanto, uma fisionomia. Podemos conceituar fisionomia
como aparência externa ou superfície epidérmica.
Contrariando o
convencional, entendo a silhueta física e não apenas o rosto como fisionomia. A
impressão física que comunica a presença de uma pessoa é o que aqui entendo
como fisionomia. Pressuponho que o rosto
não gera uma impressão dissociada dos demais sinais corporais. Um rosto bonito
não define atração física. Não é preciso
argumentar muito sobre isso.
Estamos aqui
falando exclusivamente sobre forma e não sobre conteúdo. Principalmente porque
a forma nos define mais do que o conteúdo. Através deste ultimo podemos ser
reduzidos a equivalências e mimetismos socioculturais que nos afastam de qualquer experiência
de singularidade. O mesmo não acontece com a forma que, não é exagerado dizer, nos
apresenta uns aos outros como um ente especifico.
Nossa configuração física já é em si uma forma de relação e expressão.
Nossa configuração física já é em si uma forma de relação e expressão.
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
INFLAÇÃO E SEDUÇÃO
Que sedução ainda pode encantar um texto diante do ilegível que define a mais bruta existência cotidiana? A vida nua é impenetrável para qualquer discurso. Ela resiste e se debate em apetites e afetos selvagens como um animal que explora uma paisagem virgem. A vida foge o tempo todo a domesticação da linguagem afirmando o corpo, a sinfonia de justos através da qual nos apropriados do mundo.
O texto apela a consciência, ao artifício da cultura. Mas o que nos inspira é a exterior idade da imagem que alimenta a fantasia, o jogo, que aponta sempre para o indizível que transborda em nós como experiência.
O mundo vívido só é pleno quando é impreciso, quando nos arranca a identidade.
Que sedução ainda pode encantar um texto quando estamos saturados de signos ?
As palavras ardem agora em vertigem queimando dentro de algum livro fechado que nos contempla na mudez da estante.
Onde, ainda, afinal, o pensamento respira?
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