Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
sexta-feira, 27 de julho de 2018
SOBRE A CRIAÇÃO DE CONCEITOS
Descubra um plano de imanência sobre o qual construir e entrelaçar conceitos,
inventar-se em novas formas de subjetivação,
descobrir na paisagem abrigos, dobras e linhas de fuga....
terça-feira, 24 de julho de 2018
MAQUINAÇÕES ABSTRATAS
Pouco sei das
coisas que vejo agora.
Mas elas sempre
desenharam uma presença,
Uma invisibilidade
ativa em minha vida.
As coisas são consciência,
Entes em meu
pensamento
Revisando a história
do mundo.
Sei que sou como
vejo as coisas,
Que existo como penso meus atos
Através de
muitos dispositivos,
Em um eu
disperso no corpo invisível
De qualquer máquina abstrata
segunda-feira, 23 de julho de 2018
LINGUAGEM E ESCRITA
“O saber humano se espalha por todos os
lados, a perder de vista, de modo que nenhum indivíduo pode saber sequer a milésima
parte daquilo que é digno de ser sabido.”
Arthur
Schopenhauer
Escrever não é
um ato tão naturalizado como o falar. Exige uma postura que pressupõe um
esforço para sistematização de um saber previamente articulado. Desta forma, o
autor nunca é livre no ato de escrever. Ele não é o agente da escrita. Ele replica o eco de vozes coletivas em seu
fazer discursivo através de suas referencias. É o ler que permite o escrever,
encadeando aleatoriamente discursos que se duplicam, que se dobram sobre si
mesmos.
Escrever é
sempre replicar um determinado saber. Mas longe de ser definido pela perícia
com que se reelabora um dado saber eleito, o que realmente define um texto são
os seus silêncios. Aquilo que é ignorado, paradoxalmente, torna um discurso viável.
Eis o segredo de sua coerência na pretensão a um dizer verdadeiro.
Se o saber é múltiplo
e diverso, irredutível a qualquer enunciado, todo discurso é parcial e introduz
uma instabilidade em nossa codificação coletiva da realidade. Cada texto é como
uma ferida aberta na gramatica do real, na multiplicidade das possibilidades do
dizível. Todo texto realmente
significativo deve anunciar seu próprio
desaparecimento, sua superação. Ele é a experiência de um abismo, de um
desassossego que nos afeta através das palavras. Escrever pressupõe um inacabamento
da possibilidade do dito, um confronto com o indeterminado de um devir que é a
própria linguagem.
domingo, 22 de julho de 2018
ALÉM DO TEMPO PRESENTE
Fugi da hiper realidade da simulação diária,
Da palavra fechada e disseminada,
Realizada por verdades de mão única.
Da palavra fechada e disseminada,
Realizada por verdades de mão única.
Procurei a reversão das genealogias,
Os labirintos do micro celular,
Do quase molecular.
Tudo que encontrei foi um grande vazio
Onde todas as coisas possíveis
Haviam definido mudas
Seu provisório lugar de quase não ser.
sexta-feira, 20 de julho de 2018
PONDERAÇÕES FILOSÓFICAS
Descartes não
duvidou de si mesmo.
A liberdade em
Espinosa não tem livre arbítrio.
Hegel restituiu
a razão a metafísica.
Shopenhauer
inventou Nietzsche...
E seguimos hoje
perplexos,
Entre o estoicismo e o paradoxoA espera do além do humano.
O TEXTO CORROÍDO
O texto corroído é descartável.
Já não diz mais nada,
Não acorda a consciência,
Não desvela mundos dentro do mundo.
É apenas palavra e registro inútil
De um pensamento suspenso.
Já não diz mais nada,
Não acorda a consciência,
Não desvela mundos dentro do mundo.
É apenas palavra e registro inútil
De um pensamento suspenso.
Afetos e sentidos investigam as coisas.
Mas as palavras envelhecem.
o discurso não funciona.
É pior do que qualquer dúvida.
Mas as palavras envelhecem.
o discurso não funciona.
É pior do que qualquer dúvida.
O texto corroído inventa equívocos
E já não tenho mais nada a dizer.
E já não tenho mais nada a dizer.
.
quinta-feira, 19 de julho de 2018
SOBRE A DUALIDADE DA CONSCIÊNCIA DO MUNDO
A consciência sensível e a consciência intelectual possuem o mesmo objeto: a exterioridade do mundo. Mas representam percepções e experiências diferentes deste objeto. O mundo é irredutível as duas. Apresenta-se como algo concreto através do corpo e ao mesmo tempo como uma abstração do pensamento. Em ambos os casos ele nos afeta como uma experiência interior que se reduz a um fora, que em sua multiplicidade permanece em alguma medida inconsciente.
Mas toda forma de consciência é a percepção do exterior. Desta forma não existe consciência interior. Existe apenas expressão, movimento, de um fora que nos surpreende como um dentro, mas com o qual nos relacionamos através do filtro de determinadas configurações culturais ou simbólicas que definem o sensível e o intelectual. O sentir define o pensar e vice versa. Vemos apenas aquilo que podemos pensar. O próprio eu é exterioridade, o que inviabiliza a subjetividade como um contraponto do mundo. Sujeito e objeto são uma coisa só.
quarta-feira, 18 de julho de 2018
O NÃO LUGAR DO EU
Quando me ponho diante de um espelho e tento me descrever, surpreendo diante de mim uma anônima versão de mim mesmo.
Não sou aquele que revela a visão. Não sou minha voz e nem mesmo meus pensamentos. Sou qualquer coisa indeterminada, sem substância, entre o corpo e o mundo. Mas também não sou este eu que se inventa através de um discurso.
Ser qualquer coisa é uma pretensão tola. Tudo que faz sentido é não fazer sentido.
ETERNO RETORNO
O limite do possível
é onde as coisas sempre acontecem.
É a dobra que
separa o inatual da atualidade sempre provisória e que nos lança cada vez mais
longe. Não há um ponto a ser alcançado que não conduza a outro mais distante. Entretanto,
todos os pontos são iguais considerados em seus respectivos momentos. Estamos sempre
retornando a um estágio inicial que nunca é o mesmo. Viver é constantemente
começar de novo, devorar-se neste eterno circulo vivo que nos ensina o tempo.
segunda-feira, 16 de julho de 2018
HISTORIOGRAFIA E ACONTECIMENTO
É aquilo que
nunca mais se repete que interessa a historiografia na criação de memoria, na
conversão em fato histórico daquilo que se perde na atualidade de cada novo momento. Mas não é apenas a
individualidade e a singularidade que caracterizam os acontecimentos. Sua vulnerabilidade é o seu traço mais fundamental.
Afinal, tudo passa, nos envolve e transcende. Estamos contidos no tempo, mas ele não nos contem. Ele nos atravessa. Todos os acontecimentos nos escapam, mas ganham materialidade quando coletivamente o inventamos no plano da experiência e da significação. Para tanto é preciso transcender a imaginação do agora e apreender o devir que através deles nos surpreende sempre. Em poucas palavras, o inatual nos habita e é exatamente isso que justifica a escrita da História.
Afinal, tudo passa, nos envolve e transcende. Estamos contidos no tempo, mas ele não nos contem. Ele nos atravessa. Todos os acontecimentos nos escapam, mas ganham materialidade quando coletivamente o inventamos no plano da experiência e da significação. Para tanto é preciso transcender a imaginação do agora e apreender o devir que através deles nos surpreende sempre. Em poucas palavras, o inatual nos habita e é exatamente isso que justifica a escrita da História.
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