Não posso duvidar do acontecer do
meu eu ou que o próprio mundo existe. Mas meu existir é mediado pela consciência
assim como a atestação de toda existência. Isso faz da consciência, que
permanece fechada sobre si mesma, a medida de todas as coisas possíveis e impossíveis.
Só a o eu e o mundo dentro da consciência. O que torna sujeito e objeto duas
grandezas ilusórias. Pois o sujeito é seu objeto e vice versa, de forma que
ambos se anulam.
Somos como percebemos as coisas.
Não há um ser ou natureza a ser desvelada. Apenas consciência. Isso torna sem
sentido a ideia de verdade e faz complexo o conceito de eu e de mundo. A consciência
é consciência de ter consciência. Nada revela sobre as coisas, mas sobre si
mesma.
Talvez tudo que somos não passe
de uma grande farsa. Mas se for o caso, não temos como sabê-lo. Tal hipótese
tem pelo menos o mérito de nos permitir a não nos levarmos a sério.