A individuação enquanto processo arquetípico, tal como formulado por
C.G.Jung, estabelece que cada indivíduo naturalmente tende em sua experiência
subjetiva a alcançar a condição de self, a coincidência entre consciente e
inconsciente, mediante a integração de conteúdos da psique objetiva. Trata-se
evidentemente de uma meta que se confunde com o próprio caminho.
A personalidade em individuação
revela a si mesma, paradoxalmente, a dimensão coletiva ou impessoal de sua condição
fenomenológica de modo compensatório e peculiar considerando sua situação
pessoal e cultural. A própria “condição-de-eu” conduz para além de si mesma
através da elaboração de fantasias.
Assim, nossas mais caras
convicções, positiva ou negativamente, longe de expressar um exercício independente
do intelecto e da racionalidade, projetam em grande medida o dinamismo deste
processo irracional e ontológico através do qual nossa condição humana se faz
um verdadeiro quebra cabeça.