Para Baudrillard o consumo é o
fundamento de todo sistema cultural, um modo ativo de relação, a totalidade
virtual de todos os objetos e mensagens, uma atividade de manipulação sistemática
de signos, o consumo é a própria
relação. Neste sentido, quando pensamos o mundo moderno e contemporâneo,
“Vemos que tipo novo de habitante
se propõe como modelo: O “homem de arranjo” nem é proprietário nem simplesmente
usuário e sim um informante ativo da ambiência. Dispõe do espaço como de uma
estrutura de repartição e através do controle deste espaço detém todas as
possibilidades de relações recíprocas e portanto a totalidade de papeis que os
objetos podem assumir.”( Ele mesmo dever ser portanto ‘funcional’, homogêneo
como este espaço caso queira que as mensagens do arranjo possam partir dele e para
ele voltar.). Não é nem a posse nem a satisfação e sim a responsabilidade que lhe importa no
sentido próprio em que arranja a possibilidade permanente de ‘respostas’. Sua práxis é exterioridade completa. O habitante
moderno não ‘consome’ seus objetos. (...) Ele os domina, os controla, os
ordena. Encontra-se dentro da manipulação e do equilíbrio tático de um sistema.”
(Jean Baudrillard. O sistema dos
Objetos. SP: Editora Perspectiva, 2002, p.32)
O consumo,em sua dimensão simbólica,confunde-se com o próprio mundo como devir infinito de intercâmbios e possibilidades, como arranjo quase infinito de possibilidades, como movimento e fluxo constante de coisas.
Mas tal reflexão corresponde a um
momento da obra de Baudrillard anterior as suas formulações sobre as “Estrategias Fatais" e a “troca impossível" ...