terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

ESTRATEGIAS DE SINGULARIZAÇÃO E IDENTIDADE COLETIVA

A dimensão afetiva da memoria relaciona-se em parte a invenção do eu através do outro. Esta banalidade ontológica torna-se, entretanto, interessante quando associamos a construção da individualidade com uma estratégica de contraposição ao coletivo e aos valores socialmente aceitos.  O individuo torna-se complexo e autônomo na medida em que escolhe o isolamento, o questionamento como via de auto - descoberta constante e desafio aos lugares comuns dos intercâmbios societários.  Desta forma, pouco importa a gênese social da individualidade. São suas escolhas e tendências introspectivas que condicionam sua maior ou menor importância enquanto personificação privilegiada da experiência humana.


Lamentavelmente, o que se descreve aqui não é uma tendência. Pelo contrário, o indivíduo contemporâneo tende a buscar segurança em uma identidade coletiva, a abrigar-se no grupo e não em investir em si mesmo como singularidade. A memoria torna-se compartilhamento com o outro da experiência indiferenciada do mundo.

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