quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

NOTA SOBRE O SISTEMA DOS OBJETOS DE JEAN BAUDRILLARD

Para Baudrillard o consumo é o fundamento de todo sistema cultural, um modo ativo de relação, a totalidade virtual de todos os objetos e mensagens, uma atividade de manipulação sistemática de signos,  o consumo é a própria relação. Neste sentido,  quando  pensamos o mundo moderno e contemporâneo,

“Vemos que tipo novo de habitante se propõe como modelo: O “homem de arranjo” nem é proprietário nem simplesmente usuário e sim um informante ativo da ambiência. Dispõe do espaço como de uma estrutura de repartição e através do controle deste espaço detém todas as possibilidades de relações recíprocas e portanto a totalidade de papeis que os objetos podem assumir.”( Ele mesmo dever ser portanto ‘funcional’, homogêneo como este espaço caso queira que as mensagens do arranjo possam partir dele e para ele voltar.). Não é nem a posse nem a satisfação  e sim a responsabilidade que lhe importa no sentido próprio em que arranja a possibilidade permanente de ‘respostas’. Sua  práxis é exterioridade completa. O habitante moderno não ‘consome’ seus objetos. (...) Ele os domina, os controla, os ordena. Encontra-se dentro da manipulação e do equilíbrio tático de um sistema.”

(Jean Baudrillard. O sistema dos Objetos. SP: Editora Perspectiva, 2002, p.32)

O consumo,em sua dimensão simbólica,confunde-se com o próprio mundo como devir infinito de intercâmbios e possibilidades, como arranjo quase infinito de possibilidades, como movimento e fluxo constante de coisas.


Mas tal reflexão corresponde a um momento da obra de Baudrillard anterior as suas  formulações  sobre as “Estrategias Fatais"  e a “troca impossível" ...

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