A ideia de fazer anotações biográficas sempre me pareceu
patética. Não porque não tinha alguma coisa a dizer sobre o meu cotidiano. Mas
porque tudo aquilo que poderia ser dito não passava de um lugar comum de merda.
Como fazer anotações biográficas quando a gente sente que
falta um pouco de realidade nos afazeres
banais do dia a dia?
Escrever sobre minhas angustia, meus desconfortos, medos e frustrações
?
Redizer, talvez, A NAUSEA do Sartre?
Sinceramente, não vale a pena. Não quero ser mais um palhaço
no teatro das letras.
O real desafio é deixar a vida viver, conseguir acontecer
profundamente no raso da realidade até
perder o juízo e ter algo absurdo para decorar o papel com um mínimo de
dignindade.