terça-feira, 10 de novembro de 2015

RETRATO DE UM ARTISTA SEM ROSTO

Você pode viver varias vidas em algumas décadas e achar que sempre foi apenas este seu ego sujo e sem grandes objetivos. As pessoas, de modo geral, se definem pela mediocridade dos  genéricos propósitos impostos pela pauta social. Seja bem sucedido, faça viagens, farte-se de boa comida e tenha verdades limpas e decentes. Seja apenas o que esperam de você e isso definirá a segurança infantil tão cara ao seu pequeno ego.

Mas a cultura e a civilização avançam apenas quando temos por ai um bando de desajustados e perturbados buscando alguma coisa nova que não cabe no ego ou nas massas. Mesmo em tempos como o de hoje em que toda a novidade é enfadonha e tediante existem aqueles que se perdem na busca de coisas que ainda não tem nome nem lugar na realidade  coletivamente inventada dia após dia.

Eu poderia ficar por horas a fio escrevendo sobre isso. Mas o que quero dizer é simples e pode ser resumido em apenas uma frase:

O MUNDO É UM LIVRO ALUCINADO QUE VAI MUDANDO O TEXTO NA MEDIDA EM VOCÊ O LÊ ENQUANTO VAI VIVENDO.

Talvez porque o leitor do primeiro capítulo não seja  o mesmo do décimo, ou, quem sabe, o livro se faça através dos seus olhos, já que o ato de olhar pressupõe mutação e movimento e o texto, de um modo muito estranho, está dentro de você.
O livro pode ser apenas um espelho...

O grande problema é que nunca sabemos direito que livro é este que estamos lendo...



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