domingo, 15 de junho de 2008

MORTE E CULTURA



“A morte é a sanção de tudo o que o narrador pode contar. É da morte que ele deriva sua autoridade.”


( Walter Benjamim in O Narrador: Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov in Magia e Tecnica, Arte e Politica: Ensaios sobre Literatura e História da Cultura
Obras Escolhidas. Vol I / Tradução de Sergio Paulo Rouanet. SP: Brasiliense, 4º ed.; p.208 )


Falar sobre a morte é antes de tudo um modo de falar sobre o sentido instintivo e humano de toda narrativa possivel, de nosso modo de construir o real como linguagem e fato vivido.
Mas a morte também é um fenômeno limite, algo que desafia nossas melhores certezas e imaginações de mundo nas convenções cotidianas do exercício de viver, já que toda vida guarda o germe do seu desfalecer e apagar-se na “irrelevância” do fazer-se de todas as coisas vividas em prol de sentidos e significados. De certa maneira, vivemos para morrer e ver morrer...
O que me parece, entretanto, significativo, é que em nosso tempo, mesmo esta obscura dimensão do existir humano já tenha se tornado monopólio de especialistas, uma questão de saúde pública...
Neste sentido, reproduzo aqui um fragmento do historiador francês Philippe Áries, em seu clássico História da Morte no Ocidente, que enfoca a experiência tradicional “do se morrer” no Ocidente como um ponto de reflexão sobre aquilo que, pelo menos na antiga Grécia, nos diferenciava dos deuses, ou seja, a mortalidade. Hoje em dia, possuímos, afinal, rituais de sepultamento e luto, mas a morte tornou-se “selvagem” e estranha, um domínio da medicina e dos hospitais:


Time for Dyng ( fragmento)


"No ritmo em que vão as coisas, certamente tudo se passa como se esquecêssemos como se morria há apenas trinta anos. Em nossos países de civilização ocidental isso se passava de maneira muito simples. Em primeiro lugar, o sentimento (mais que pressentimento) de que tinha chegado a hora: “ Um rico lavrador, sentindo a morte próxima...” Ou um velho: “ Enfim, sentindo-se perto do termino dos seus dias...” Um sentimento que nunca enganava: cada individuo era, ele próprio, o primeiro a ser avisado de sua morte. É o primeiro ato de um ritual familiar. O segundo era preenchido pela cerimônia pública das despedidas, à qual o moribundo devia presidir: “Fez com que seus filhos viessem e lhes falou sem testemunhas...”ou, ao contrário, diante de testemunhas; o essencial era que dissesse alguma coisa, que fizesse seu testamento, que reparasse seus erros, que pedisse perdão, que exprimisse suas últimas vontades e, que se despedisse. “ Aperta a mão de todos, e finalmente morre.” É tudo. Assim as coisas se passavam normalmente. Convinha que o moribundo morresse sem pressa mas também sem lentidão, para que a cena das despedidas não fosse nem escamoteada nem prlongada. A Fisiologia e a Medicina respeitavam, na maioria das vezes, a duração media exigida pelo costume. Este, portanto, só era contrariado em casos excepcionais, como a morte súbita e “improvisada” ( a subitânea et improvisa morte, libera nos, Domine); a trapaça do moribundo que se recusava a reconhecer os signos sempre claros
Do fim (pratica denunciada e ridicularizada pelos moralistas e satíricos); uma irregularidade da natureza, quando o moribundo não acabava de morrer.
Hoje nos damos conta de que esses casos, outrora raros e aberrantes, tornaram-se modelos. Deve-se morrer como antigamente não se devia. Mas quem decide sobre o costume? Primeiramente, os donos do novo domínio da morte e das suas móveis fronteiras- a equipe do hospital, médicos e enfermeiras, sempre certos da cumplicidade da família e da sociedade.
(...)
A morte recuou e deixou a casa pelo hospital; esta ausente do mundo familiar de cada dia. O homem de hoje, por não vê-la com muita freqüência e muito de perto, a esqueceu; ela se tornou selvagem e, apesar do aparato cientifico que a reveste, pertuba mais o hospital, lugar da razão e da técnica, que o quarto da casa, lugar dos hábitos da vida cotidiana.”


(Philippe Áries. História da Morte no Ocidente/ Tradução de Priscila Viana de Siqueira. RJ: Ediouro, 2003, p. 290 et seq)

FREEDOM

No saber dos limites
De mim e do mundo,
Descubro infinitos
No impreciso sopro
De um vento sem nome.
Gente e lugar algum
Me aguarda em retorno.
O horizonte distante
É todo o meu passado
E futuro.
Tudo que sei
É o céu aberto
Como caminho,
Angustia
E susto
De descobrir-me
Perigosamente livre.

1968: 40 ANOS DEPOIS IV








O que faz dos anos 60 uma década singular, dentre outras coisas, é a afirmação da juventude enquanto símbolo e movimento social contra o “sistema” e a própria sociedade. Em outras palavras, a partir de então “ser jovem” ganhou um significado inédito, passou a representar a possibilidade de uma leitura singular de vida, da existência e do mundo, do ponto de vista da independência e da ruptura pessoal com os lugares comuns dos valores sociais e morais consensualmente estabelecidos e institucionalizados.
Em breves palavras, somos um pouco em tudo, ainda, herdeiros do On the Road de Jack Keurouac (1957), da Arte Pop produzida por Artistas como Andy Warhol, Roy Lichetenstein e Robert Indiana, pela musica dos Beatles, do The Who, Roling Stones, da nouvelle vague do cinema francês Jean-Luc Godard ( Acossados), da magia hippie da portuária cidade de São Francisco, que pregava a paz e o amor e o poder da flor(flower power), tanto quanto do movimento dos negros americanos (black power), dos gays (gay power) e de liberação da mulher (women's lib), que mobilizaram jovens em diversas partes do mundo em torno da busca de um novo imaginário, de uma afirmação do plural e da diversidade contra o monoteísmo moral, religioso e político que, em nossos tempos contemporâneos, ainda se mostra um adversário nada desprezível.
Evidentemente, não nos nutrimos do mesmo sentimento utópico que fez explodir o já idoso “anos 60”. Mas de muitas maneiras, reciclamos posturas, bandeiras e buscas, na intensa angustia de afirmar nossas duvidas, fracassos, gritos e, acima de tudo, instintivo e caro compromisso com a liberdade acima de qualquer outro principio e valor que nos seja imposto por qualquer fantasioso “pacto social”.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

SUBJETIVIDADE

Vivo em um minúsculo
Pedaço perdido de mundo,
Em um inventado espaço
De perenes realidades
Em movimento.

Inexistente lugar
De mim mesmo
Em consciência das coisas,

Vivo
Em buscas tolas de felicidades,
De caminhos e horizontes,
Que me conduzam simplesmente,
Mais profundamente,
A mim mesmo
Até o limite do rosto.

Apenas existo no que não existe
No delicado tecer das quatros paredes
E direções de mim mesmo.

Meu mundo
É a vastidão abstrata
Do meu obscuro eu.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

ILUSÕES E VERDADES

Não creio nos fatos.
Sei a ilusão das virtudes
E o quanto à existência
Não acontece nos atos.

Em desleituras de mundo
Vislumbro noites
De pensamento
E a infenuidade da verdade
Nos absurdos de toda fé.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

LITERATURA INGLESA XXX


Dentre o sem numero de pessoas que assistiram a versão épica cinematográfica do Senhor dos Anéis do diretor e roteirista neo zelandes Peter Jackson, um numero muito significativo não teve a prévia experiência direta desta, então adaptada para o cinema, maior obra do escritor britânico J.R.R. Tolkien ( ( 1892-1973). Não significa isso que sua obra não tenha sido lida e difundida antes de sua versão cinematografica. Afinal, Tolkien não foi absolutamente um "autor qualquer", podemos considera-lo o maior narrador de histórias do século XX, o construtor de uma mitologia contemporânea que nos ensina a contemporaneidade da linguagem e imaginação mítica, mesmo em tempos de "realismos".
Não por acaso Tolkien, que escrevera descontinuamente o Senhor dos Anéis como um desdobramento do Hobbit, entre os anos de 1936 e 1949, desaprovava as interpretações da obra como uma analogia simbólica ou alegórica da Segunda Guerra Mundial. Pessoalmente, acho que o livro nos fala de valores inspirados em uma representação do passado europeu arcaico/pagão. Indo mais fundo, ele é também uma critica ao poder, personificado pelo anel e sua potencial corrupção absoluta. No delicado e sutil jogo de interesses que define a existência coletiva quase nunca nos orientamos pela materialização do que temos de melhor em nossa humana condição...
No prefácio que acompanha a edição da obra de Tolkien em português, reproduzido lamentavelmente sem determinação cronológica e contextualização, o autor apresenta-se justamente como um singular e solitário contador de histórias, um narrador único e sem pares:

“O Senhor dos Anéis foi lido por muitas pessoas desde que finalmente foi lançado na forma impressa, e eu gostaria de dizer algumas coisas aqui, com referência às muitas suposições ou opiniões, que obtive ou li, a respeito dois motivos e significados da história. O motivo principal foi o desejo de um contador de histórias de tentar fazer de uma história realmente longa, que prendesse a atenção dos leitores, que os divertisse, que os deliciasse e às vezes, quem sabe, os excitasse ou emocionasse profundamente. Como parâmetro eu tinha apenas meus próprios sentimentos a respeito do que seria atraente ou comovente, e para muitos o parâmetro foi inevitavelmente uma falha constante. Algumas pessoas que leram o livro, ou que de qualquer forma fizeram uma critica dele, acharam-no enfadonho, absurdo ou desprezível; e eu não tenho razões para reclamar, uma vez que tenho opiniões similares a respeito do trabalho dessas pessoas, ou dos tipos de obras que elas evidentemente preferem. Mas, mesmo do ponto de vista de muitos que gostaram de minha história, há muita coisa que deixa a desejar. Talvez não seja possível numa história longa agradar a todos em todos os pontos, nem desagradar a todos nos mesmos pontos; pois, pelas cartas que recebi, percebo que as passagens ou capítulos que para alguns são uma lástima são especialmente aprovados por outros. O leitor mais critico de todos, eu mesmo, agora encontra muitos defeitos, menores e maiores, mas, infelizmente, não tendo a obrigação de criticar o livro ou escrevê-lo novamente, passará sobre eles em silêncio, com exceção de um defeito que foi notado por alguns: o livro é curto demais.”

( J RR Tolkien. Prefácio in O Senhor dos Anéis/ tradução de Lenita Maria Rímoli Esteves, Almiro Pisetta; revisão de técnica e consultoria Ronald Eduard Kyrme; coordenação Luis Carlos Borges- SP: Martins Fontes, 2001; p. XIV)

Deixo aqui o pouco de um fragmento/momento poético do Senhor dos Aneis, personificado por uma canção citada em um devaneio do Hobbit Bilbo em dialogo com seu sobrinho Frodo, para dizer em detalhe a magia arcaica que encanta na obra de Tolkien:

Sentado ao pé do fogo eu penso
Em tudo o que já vi,
Flores do prado e borboletas,
Verões que já vivi;

As teias e as folhas amarelas
De outonos de outros dias,
Com névoa e sol pela manhã,
No rosto as auras frias.

Sentado ao pé do fogo eu penso
No mundo que há de ser
Com inverno sem primavera
Que um dia hei de ver.

Porque há tanta coisa ainda
Que nunca vi de frente:
Em cada bosque, em cada fonte
Há um verde diferente.

Sentado ao pé do fogo eu penso
Em gente que se desfez,
E em gente que vai ver o mundo
Que não verei de vez.

Mas enquanto sentado eu penso
Em tanta coisa morta,
Atento espero pés voltando
E vozes junto à porta.

( idem; p.290)

Mas cabe aqui ainda, antes de encerrar, uma última citação; um retalho rasgado, da obra do critico alemão Walter Benjamim sobre a decadência da narrativa que nos ajuda a melhor compreender a posição impar ocupada por Tolkien no cenário da literatura inglesa:

“O primeiro indicio da evolução que vai culminar na morte da narrativa é o surgimento do romance no inicio do período moderno. O que separa o romance da narrativa ( e da epopéia no sentido estrito) é que ele está essencialmente vinculado ao livro. A difusão da imprensa. A tradição oral, patrimônio da poesia épica, tem uma natureza fundamentalmente distinta da que caracteriza o romance. O que distingue o romance de todas as outras formas de prosa- contos de fada, lendas e mesmo novelas- é que ele nem procede da tradição oral nem a alimenta. Ele se destingue, especialmente, da narrativa. O narrador retira da experiência o que ele conta: sua própria experiência ou a relata para os outros. E incorpora as coisas narradas a experiência dos seus ouvintes. O romancista segrega-se. A origem do romance é o individuo isolado, que não pode mais falar exemplarmente sobre suas preocupações mais importantes e que não recebe conselhos nem sabe dá-los.
(...)
Devemos imaginar a transformação das formas épicas segundo ritmos comparáveis aos que presidem aos que presidiram a formação da crosta terrestre no decorrer dos milênios. Poucas formas de comunicação humana evoluíram mais lentamente e se extinguiram e se extinguiram mais lentamente.”

(Walter Benjamim. O narrador. Considerações sobre a obra de Nicolai Leskov; in Magia, Técnica, Arte e Política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras Escolhidas. Vol. I, tradução de Paulo Rouanet. 4º ed, SP: Btrasiliense; p.201.)

FINITUDE

Entre o passado
E o futuro
Dormem noites
E adiamentos.

Amanhãs
Quase nunca chegam
Negando as cruas utopias
Dos nossos caros desejos.

Caprichoso é o vento
Do destino
A passear sem rumo
Entre os acasos
De céu e terra.

Linhagem alguma é livre
Dos segredos da deusa
Fortuna.

Tudo aquilo que existe
Guarda o selo de um fim.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

CRÔNICA RELAMPAGO XXIX


Uma manhã qualquer surpreende-me na gratuita perplexidade de estar vivo. Uma manhã limpa, inédita, com gosto e cheiro de gratuita novidade. Talvez o dia, entretanto, seja igual a qualquer outro, um mero recorte cronológico para o exercício de rotinas e personas. Como de costume, ao final de tudo, me deitarei vestido de noite sobre vazios e sombras na expectativa desbotada do amanhecer seguinte. Não importa... Basta-me agora comer a manhã com os olhos e buscar um abraço em suas paisagens cobertas de orvalho.
Alguns momentos da existência, afinal, não precisam ter realidade. É suficiente que existam etereos e incertos dentro da gente, que nos façam não pensar em nada, na embriagante sensação mágica da perenidade de um simples instante de devaneio, pensamentos e saudades sem nome.

domingo, 8 de junho de 2008

ROCK AND ROLL, UMA HISTóRIA SOCIAL BY PAUL FRIEDLANDER



ROCK AND ROLL, UMA HISTÓRIA SOCIAL de Paul Friedlander, é definitivamente uma referência impar para os interessados na história e significado cultural do Rock no século XX e, de muitas formas, enquanto fenômeno sociológico e comportamental ainda contemporâneo. Professor da Universidade de Oregon de História do Rock e membro da Associação Internacional para o estudo da musica popular, o autor nos oferece um quadro realmente completo da evolução e impacto sócio cultural desta significativa vertente da musica popular contemporânea mediante uma cuidadosa analise de seus diversos estilos e variações simbólicas/identidárias.
Cabe frisar que Friedlander adota como referência o conceito de pop rock no estudo do tema. Opção terminológica que justifica da seguinte maneira:


“ Cada livro sobre rock vem com sua própria definição do termo. Alguns autores utilizam “rock and roll” para denotar a musica dos anos 50 e “rock” para representar todos os estilos subseqüentes. Nós utilizamos uma abordagem ligeiramente diferente. A musica compreendida neste livro é o “pop/rock”. Isto reflete uma natureza dupla: raízes musicais e líricas derivadas da era clássica do rock (rock) e seu status como uma mercadoria produzida sobre pressão para se ajustar a industria do disco (pop).
Os numerosos estilos criados durante os primeiros trinta anos do pop/rock receberam nomes específicos segundo suas raízes, características musicais, conteúdo das letras e a relação com o meio político e cultural que os circundavam. Assim, a musica de Chuck Berry, Elvis e outros artistas dos primórdios denomina-se de “rock clássico”, enquanto seus descendentes da Bay Área do final dos anos 60 são chamados de artistas de rock de “San Francisco”.


(Paul Friedlander. Rock and Roll: Uma História Social. Tradução de A. Costa. 4º ed, RJ: Record, 2006, p.12)


Um aspecto interessante de sua pesquisa é a proposta de uma experiência mais profunda deste gênero musical a partir de um método que, indo além da vivência direta e espontaria do ouvinte/ consumidor conduz a uma perspectiva analítica e a um nível diferente de audição. Nas palavras do autor:

“... Outro tratamento que se pode dar a esta musica é seguir uma abordagem conhecida como “analítica”. Para isto é necessário ouvir uma peça musical com o objetivo de coletar uma grande gama de informações sobre ela. O ouvinte, então, passa a ter condições de realizar julgamentos próprios sobre a natureza da musica, sua qualidade em relação a outras musicas e seu contexto social. Usando o exemplo anterior, o ouvinte pode imaginar por que esta versão de Respect é tão poderosa, escutando para ver quais instrumentos estão sendo tocados e que marcações são enfatizadas. Ele também pode refletir sobre a experiência gospel de Aretha para explicar a potência da sua voz. E pode pesquisar a história pessoal da artista ou seu atual estilo de vida para descobrir um fato-como um marido desrespeitoso- que explique a urgente necessidade de respeito que o artista pode estar sentindo.
Descobrir, organizar e raciocinar sobre o significado de uma extensa gama de informações relevantes enriquece nosso entendimento da obra musical.”


(Paul Friedlander. Rock and Roll: Uma História Social. Tradução de A. Costa. 4º ed, RJ: Record, 2006, p.13)


Tudo isso nos conduz aquilo que o autor chama de “janela do Rock”, em outras palavras, um modo de entender musica a partir da perspectiva analítica aqui sumariamente apresentada.
Em linhas gerais, portanto, o “usuário de rock” encontra nesta singular obra sugestões úteis para um aprofundamento de sua experiência sonora/existencial. Isto é, transcendendo o nível direto e emocional orientado pela mera intuição, o ouvinte e “participante” da magia do rock pode construir uma compreensão maior de suas opções mediante a reunião de um numero significativo de informações sobre uma determinada banda ou cantor a ponto de melhor avaliar sua simpatia e envolvimento pessoal com determinado estilo ou banda.
Se o rock and roll é mais do que um gênero musical e uma industria, se constitui um verdadeiro ethos social, a pesquisa de Friedlander certamente muito nos acrescenta a compreensão de sua contemporaneidade, significado cultural e vivências anônimas.

FÉ E FALÁCIA



Levo o passado
Nos olhos
Buscando desesperadamente
Apenas futuros.
Sei que é preciso
Saber caminhos
Mais do que
A própria vida,
Esquecer a fome
De céu e infinitos,
Seguir adiante
Nos atos
Como se cada dia
De fato me levasse
A algum lugar mágico
Dentro do tempo.