segunda-feira, 9 de junho de 2008

CRÔNICA RELAMPAGO XXIX


Uma manhã qualquer surpreende-me na gratuita perplexidade de estar vivo. Uma manhã limpa, inédita, com gosto e cheiro de gratuita novidade. Talvez o dia, entretanto, seja igual a qualquer outro, um mero recorte cronológico para o exercício de rotinas e personas. Como de costume, ao final de tudo, me deitarei vestido de noite sobre vazios e sombras na expectativa desbotada do amanhecer seguinte. Não importa... Basta-me agora comer a manhã com os olhos e buscar um abraço em suas paisagens cobertas de orvalho.
Alguns momentos da existência, afinal, não precisam ter realidade. É suficiente que existam etereos e incertos dentro da gente, que nos façam não pensar em nada, na embriagante sensação mágica da perenidade de um simples instante de devaneio, pensamentos e saudades sem nome.

Nenhum comentário: