segunda-feira, 26 de maio de 2008

1968


A sociedade
Observa-me ao longe,
Como um adversário.

Dentro de mim
Psicodelismos e delírios
Acordam as cores do mundo.

Sei a liberdade passeando nas ruas
E vestindo a alma
Em artificiais paraísos
De avesso de tudo.

Um freeway
Se faz presente e futuro
De um passado morto
Pelas aventuras mágicas
Da vida.

Sou meu eu
E meu próprio outro
Em permanente intercâmbio
Com um intimo infinito
em universos de jardins alados.

domingo, 25 de maio de 2008

1968: 40 anos depois III

Creio que, embora possamos agrupar sob o rótulo e imagem comum de “movimento juvenil”, as posturas individuais e coletivas de contestação que fizeram dos anos 60 e, especialmente de 1968, um dos mais ricos e interessantes momentos do século XX, seria reducionista identificá-las primordialmente com a dinâmica tradicional dos movimentos sociais e políticos de contestação como sugere especialmente o movimento estudantil do periodo.
Essencialmente 1968 foi o resultado de inúmeras micro-transformações cotidianas e simbólicas que então ocorriam na sociedade ocidental e em sua cultura urbana/industrial.
Em outras palavras, as estruturas sócio culturais e políticas que emergiram do Pós Guerra mostravam-se naquele momento, mais do que nunca, agudamente em franco descompasso com as metamorfoses das sensibilidades então contemporâneas moldadas por um novo padrão de consumo e necessidades.
Mas cabe considerar que a luta política e o engajamento social não foram às únicas respostas a este descompasso. Em grande parte a cultura contestatória de 1968 e dos anos 60, foi também, considerando à contra cultura e o psicodelismo, um movimento de evasão, um sentimento de não pertencimento ao “sistema” que levaria a uma maior valorização da individualidade e da subjetividade humana frente aos imperativos da sociedade. A rebeldia on the roads, o Sex, Drugs & Rock’n Roll, estabeleceram um novo padrão de comportamento que, ainda nos dias de hoje, embora diluído, exibe sua vitalidade e poder contestatório como referencial ou “tipo ideal” privilegiado para afirmação das liberdades individuais e do questionamento dos valores tradicionais. Somos em grande medida herdeiros das profundas transformações comportamentais e valorativas que, se não transformarão o mundo, inauguraram novas sensibilidades e leituras da realidade orientadas por um ideário libertário mais comprometido com a autonomia do indivíduo.

1968: 40 ANOS DEPOIS II


O ano de 1968 é considerado um dos principais marcos da história do século XX. Podemos tomá-lo como o momento que melhor sintetizou toda a efervescência cultural e política que marca profundamente os míticos anos 60.
Afinal, 1968 foi o ano das barricadas de Paris, da Primavera de Praga, da intensificação do movimento pacifista contra a guerra do Vietnã, do lançamento de Srgt. Peper’s dos Beatles, etc.
Mas, quarenta anos depois, ainda estamos longe de uma avaliação satisfatória dos movimentos libertários e contestatórios de juventude que em linhas gerais, em suas diversas tendências, colocaram, então, em xeque a cultura estabelecida ao ponto de, em alguns casos, conduzir a um questionamento profundo da própria idéia de sociedade, levando-se em conta certas leituras da chamada contra-cultura.
Afinal, o que foi exatamente 1968? Marcelo Ridenti, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP, em um pequeno ensaio sobre o assunto, nos oferece o seguinte panorama:

“ Foram características dos movimentos libertários de 1968 no mundo todo: inserção numa conjuntura internacional de prosperidade econômica; crise do sistema escolar; ascensão da ética da revolta e da revolução; busca de alargamento dos sistemas de participação política, cada vez mais desacreditados; simpatia pelas propostas revolucionárias alternativas ao marxismo soviético; recusa de guerras coloniais ou imperialistas, negação da sociedade de consumo; aproximação entre arte e política; uso de recursos de desobediência civil; ânsia de libertação pessoal das estruturas do sistema ( capitalista ou comunista); mudanças comportamentais; vinculação estreita entre lutas sociais amplas e interesses imediatos das pessoas; aparecimento de aspectos precursores do pacifismo, da ecologia, da antipsiquiatria, do feminismo, do movimento de homossexuais, de minorias étnicas e outros que viriam a desenvolver-se nos anos seguintes.
Já se disse, com propriedade: o ano de 1968 não deve ser mitificado, mas sua importância tão pouco ser minimizada. As contestações de 1968 marcaram a História contemporânea. A profundidade e extensão dessas marcas são até hoje objeto de muita discussão.Talvez o fascínio de 1968 venha de sua ambigüidade na promessa de construir formas de futuro renovadas, quer de um novo tipo de capitalismo, quer de socialismo. No entanto, o peso do passado viria a provar-se muito maior do que os militantes de 1968 supunham- tão grande que muitos militantes da época viriam a passar para o campo conservador vitorioso, chegando até mesmo a ocupar cargos como os de primeiros-ministros e presidentes da República de governos que adotam medidas neoliberais em todo o mundo hoje. Em que medida as promessas libertárias de 1968 foram, não foram, estão sendo ou ainda poderão ser cumpridas? As interrogações sobre 1968 permanecem abertas.

(Marcelo Ridenti. 1968: Rebeliões e utopias. In O Séc. XX/ v.3 O tempo das Duvidas: do declínio das utopias às globalizações. Organização: Daniel Aarão Reis Filho. Jorge Ferreira, Celeste Zenha. RJ: Civilização Brasileira, 2000; p. 156, 157)

FANTASMAGONIA

Na frágil porta,
semi aberta da existência,
Batem, afinal,
Suspiros
De vidas perdidas,
Quase esquecidas,
Que escapam a vaga sombra
Dos tempos passados
E se apresentam
Ao incerto e provisório
Do nosso presente...

A história é uma fantasia
Do tempo
Que nos veste
Em eterno carnaval de cores
E brilho fosco.

É festa e embriaguez discreta
Na qual nossos desejos e sonhos
Acabam sempre desfalecidos
No colo de antigas angustias e ventos.

sábado, 24 de maio de 2008

1968: 40 ANOS DEPOIS I



“Em 1968, os Beatles estavam na Índia. A América estava embrulhada em um cobertor de fúria. A guerra do Vietnã estava metendo o país em uma depressão profunda. As cidades estavam em chamas, os cassetetes estavam descendo. Os caras do sindicato da construção civil surravam garotos com bastões de beisebol. Um misterioso homem da medicina do México, o fictício Don Juan, era o novo modismo de consciência, havia trazido um novo nível de percepção ou força vital e o brandia como um machete. Os testes de ácido estavam a todo vapor. A nova visão de mundo estava mudando a sociedade, e tudo estava se movendo rápido – em ritmo acelerado. Estroboscópios, luz negra – maluquetes, a onda do futuro. Estudantes tentando apoderar-se das universidades nacionais, ativistas anti-guerra forçando barganhas amargas. Maoístas, marxistas, castristas – garotos de esquerda que leram os manuais de instruções de Che Guevara estavam lá fora para derrubar a economia. Kerouac havia se aposentado, a grande imprensa estava incitando coisas, atiçando as chamas da histeria. Se você visse as notícias, pensaria que a nação inteira estava em fogo. As coisas que costumavam ser no tradicional preto e branco agora explodiam em cores plenas, luminosas.”


Crônicas – Volume 1, de Bob Dylan.

PASSEIO ETÍLICO

Sombras passam
Pela rua
No anonimato
De cada pessoa.

Sou prisioneiro feliz
De mim mesmo
Na companhia das estrelas
Cujo brilho cria caminhos
No escuro céu e na alma.

Errante e noturno
Desmancho espaços
Na aventura de cada copo
De cerveja barata.

Avanço pelo mágico sentido
Revelado em embriaguez
Ou presença
De um deus antigo.

Cada corpo de palavra
Apaga o tempo,
Lugares e pessoas,
Até fazer de cada passo
Uma aventura de sonho
E sereno delírio

D H LAWRENCE: POESIA



D H Lawrence é mais conhecido pela sua obra em prosa, como bem exemplifica a popularidade, que goza até os dias de hoje, seu polêmico romance O Amante de Lady Chatterley . Mas não conheceríamos profundamente seu gênio criativo sem um contato, mesmo que superficial, com sua obra poética que, contrariando o desdenho do próprio autor por ela, constitui uma das mais belas páginas da moderna literatura britânica.
Se seus poemas de mocidade ainda encontram-se relativamente presos a métrica e a tradição formal, a fase iniciada pela coletânea Birds, Beasts and Flowers (1923), quando o autor já havia trocado a Inglaterra pelo Novo México, representa a sua maturidade como poeta através de uma linguagem ao mesmo tempo coloquial e profunda, flexível e fluida, alicerçada no verso livre, no ritmo e musicalidade das palavras, de uma forma absolutamente peculiar.
Quanto às imagens da poesia de Lawrence, ela transita desoncertadamente pela experiência do imediato e banal da existência humana e os mais profundos e metafísicos abismos da contemplação do mundo e da natureza física. Também não se deve ignorar a constante referência a morte, muito embora, mesmo ao abordá-la, o poeta revela intensamente seu interesse pela vida e sua celebração em um perfeito paradoxo onde finitude e eternidade entrelaçam-se em sua religiosidade.


PHOENIX


Are you willing to be sponged out, erased,cancelled,
made nothing?
Are you willing to be made nothing?
Dipped into oblivion?


If not, you will never really change.


The phoenix renews her youth
Only when she is burnt, burnt alive, burnt down
To hot and flocculent ash.


Then the small stirring of a new small bub in the nest
With strands of down like floating ash
Shows that she is renewing her youth like the eagle
Imortal bird.


Tradução de Aila de Oliveira Gomes:


A FENIX


Você está querendo ser extinto, apagado, excluído,
Feito nada?
Você esta querendo ser feito nada?
Mergulhado em oblivio?


Se não quer, você nunca mudará de verdade?


A fênix renova sua juventude
Somente quando é queimada viva, queimada até ser
Feita


Em flóculos de cálida cinza.

Então o leve agitar-se , no ninho, de um mínimo rebento
Recoberto de fina penugem, como cinza flutuando,
Revela que a fênix começa a renovar a sua juventude, como
A águia-
Pássaro imortal.


COMING AWAKE


When I woke, the lake-lights were quivering on the wall,
The sunshine swam in a shoal across and across,
And a hairy, big bee hung over the prímulas
In the window, his body black fur, and the sound of him cross.


There was something I ought to remember; and yet
I did not remember. Why should I ? The running lights
And the airy prímulas, oblivious
Of the impeding bee- they were fair enough sights.


Tradução de Aila de Oliveira Gomes:


DESPERTANDO


Quando acordei as luzes do lago tremiam na parede,
A luz do sol, num cardume, nadava de lado a lado,
E uma abelha graúda se pendurava em umas prímulas
Na janela, o corpo negro, peludo, e um zumbido zangado.


Eu tinha de lembrar-me de uma coisa, eu tinha, contudo
Não lembrava; mas para que? As luzes que deslizavam
E as prímulas aéreas, deslumbradas
Da ameaça da abelha, eram belezas que me bastavam.

UFOS E GRÃ BRETÂNHA



Recentemente o governo britânico começou a disponibilizar no seguinte site: ufos.nationalarchives.gov.uk informações curiosas sobre a ocorrência de aparições de UFOs na Grã Bretanha ao longo da segunda metade do último século. Por enquanto o arquivo de relatos e ocorrências compreende apenas o período de 1967 à 2002. 90% dos casos são descartados como equivocados e, quanto ao restante, há inúmeras duvidas até o presente quanto à inautênticidade. De um modo ou de outro, o acesso a tais arquivos nos permite alguma noção sobre a extensão e repercussão significativa dos boatos envolvendo OVNs na Grã Bretanha. Mais do que isso, nos permite traçar padrões e atribuir significações as representações coletivas e simbólicas expressas em tais relatos. Muito apropriadamente reproduzo aqui integralmente o prefácio elaborado por Jung para a primeira edição inglesa de seus ensaios sobre ÓVNs como uma pequena contribuição a fenomenologia destes boatos:


“ O boato mundial sobre os “discos voadores” coloca um problema que desafia o psicólogo por uma série de motivos. A primeira pergunta- e esta é obviamente a questão mais importante- é a seguinte: eles são reais ou simples produtos da fantasia? Esta questão não foi resolvida ainda, de forma alguma. Se não são reais, o que são, então? Se são fantasias, por que deveria existir, então, um boato desses?
Neste contexto, fiz uma descoberta muito interessante e inesperada. Em 1954, escrevi um artigo no jornal semanal suiço Die Weltwoche, em que me expressei de forma cética, apesar de mencionar, com o devido respeito, a opinião de um numero bastante grande de especialistas da Aeronáutica, que acreditam na realidade de ÓVNIS ( Objetos Voadores Não Identificados). Em 1958, esta entrevista foi descoberta, de repente, pela imprensa mundial, e a “novidade” espalhou-se com a rapidez de um raio, desde o Extremo Ocidente até o Extremo Oriente, mas- lamentavelmente- de forma dertupada. Fui citado como alguém que acreditava em ÓVNIS. Entreguei à United Press uma retificação, com a versão autêntica da minha opinião, mas, desta vez, a notícia ficou engavetada: ninguém, quanto eu sabia, tomou conhecimento disso, com exceção de um único jornal alemão.
A moral desta história é bastante interessante. Já que o comportamento da imprensa é uma espécie de teste de Gallup, em relação à opinião mundial, temos que concluir que notícias que afirmam a existência de OVINs são bem vindas, enquanto que o ceticismo parece ser indesejado. A opinião pública concorda que se acredite que os OVINs sejam, reais, enquanto a descrença deve ser desencorajada. Isto deixa a impressão de que, no mundo inteiro, há uma tendência em se acreditar nos OVINs, como também o desejo de que eles sejam reais, as duas coisas apoiadas por uma imprensa que, não demonstra nenhuma simpatia pelo fenômeno.
Apenas este fato curioso já merece, em si, o interesse do psicólogo. Por que deveria ser mais desejável que existam discos voadores do que o contrário? As páginas que se seguem são uma tentativa de responder a esta pergunta. Livrei o texto de notas complicadas de rodapé, com exceção de algumas poucas, que dão ao leitor interessado as indicações necessárias.”


Setembro de 1958


C. G. Jung


( C.G.Jung. Um Mito Moderno: Sobre coisas vistas no céu. Obras Completas, vol.X/4, Petrópolis: Vozes,1988, p.116 e 117 )

SEA

Nos segredos dos ermos recantos
De águas abertas
Passeiam pensamentos
Sem linguagem
Nos marinhos desertos
Da natureza;

Brumas antigas envolvem
Certezas,
Enquanto o mundo escapa
Na delicadeza mágica das águas
Mais fundas que o esquecido do tempo.

Tudo que existe
Guarda no abismo de si
Um pouco de oceano,
Do mar que se escreve
Na alma nua
à vagar pelo mundo
Em desejo aberto.

This sea will never die...
Pois eterno é o sentimento
E a busca
De si mesmo
Pelos caminhos azuis
De mares e liberdades
Despertas em ventos
E almas dispersas.
.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

C G JUNG E MITOLOGIA CONTEMPORÂNEA: O BOATO SOBRE OVNs


Em fins dos anos 50 do último século C. G. Jung produziu uma pesquisa pioneira sobre as sistemáticas aparições de OVNs que na época provocavam o imaginário coletivo mundial e povoavam não apenas a tela de cinema e romances, como também as páginas de periódicos e tablóides sérios de vários paises.
O interesse de Jung pelos boatos de discos voadores não pressupunha qualquer discussão sobre a veracidade de suas aparições ou a probabilidade da existência de vida extra terrestre, embora a existência da hipótese, por si só, já seja muito significativa e impactante sobre as nossas convenções e referências culturais. Sua pesquisa circunscreveu-se sobre o significado simbólico, ou psicológico, de sua ocorrência justamente em um mundo culturalmente dissociado e sob o fantasma de uma ecatombe nuclear, tal como apresentou-se no pós II grande guerra, ou, mais precisamente na perversa lógica dualista/ideológica representada pela cultura política inaugurada pela guerra fria.
Neste irracional e absurdo contexto planetário, os OVNs, não só pelo seu formado geralmente redondo ou fálico, parecem de fato associarem-se a uma projeção do self, ou da totalidade psíquica, e uma imagem compensatória para tensão estabelecida pela concreta ameaça de uma III guerra mundial, espectro sombrio que marcou decisivamente a segunda metade do séc. XX.
Mas não é exatamente isso que quero discutir aqui. O que me interessa é justamente o gigantesco “poder” deste boato na época a ponto de despertar algum nível de comoção ou perplexidade mesmo entre os mais céticos.
O que posso provisoriamente deduzir disso é que a ocorrência dos OVINs, enquanto objetos de projeções psíquicas, é um exemplo claro de mitologia moderna. Isso faz da linguagem e expressão mitológica, algo mais do que um fenômeno inerente a civilizações arcaicas, mas uma força viva no imaginário contemporâneo que, de outras maneiras, ainda constrói suas mitologias apesar de toda herança ilustrada. Nosso cérebro, afinal, não funciona de modo tão diferente daquele do homem arcaico, por mais que culturalmente tenhamos a pretensão de nos distanciarmos deles.
Mas, voltando a pesquisa de Jung, creio que o fragmento abaixo de um dos ensaios reunidos no volume X/4 ( Um mito Moderno: Sobre coisas vistas no céu) de suas obras completas, bem esclarece seu posicionamento sobre o assunto:

“As projeções têm um alcance que varia de acordo com a sua procedência: se apenas pessoais e íntimas, ou mais profundamente coletivas. Repressões e outros fatores inconscientes de caráter pessoal revelam-se no nosso meio mais próximo, no âmbito de nossa família e dos amigos. Os conteúdos coletivos, como por exemplo conflitos religiosos, filosóficos e políticos-sociais, selecionam os respectivos portadores de projeções, como os maçons, jesuítas, judeus, capitalistas, bolshevistas, imperialistas, etc. Na atual situação de ameaça no mundo, em que se começa a perceber que tudo pode estar em jogo,a fantasia produtora de projeções amplia seu espaço para além do âmbito das organizações e potências terrestres, para o céu, isto é, para o espaço cósmico dos astros, onde outrora os senhores do destino, os deuses, tinham sua sede nos planetas. Nosso mundo terrestre está dividido em duas partes e não pode ver de onde poderiam vir decisões e ajuda. Até mesmo pessoas que ainda há trinta anos jamais teriam pensado que um problema religioso poderia vir a se tornar um assunto sério, a atingi-los pessoalmente, começaram a levantar questões básicas. Nestas circunstâncias, não seria nenhum milagre que aquelas partes da população que nada questionam fossem assoladas por “aparições”, ou seja, por um mito propagado por toda a aparte, em que muitos seriamente acreditavam e que outros rejeitam como ridículo. Testemunhas oculares de notória honestidade e livres de qualquer suspeita anunciam os “sinais do céu” que viram “com seus próprios olhos”, e afirmam ter vivenciado fatos milagrosos que estão além da compreensão humana.”


(C.G Jung. Um Mito Moderno: Sobre coisas Vistas no Céu. Obras Completas. vol. X/4. Petropolis: Vozes, 1998, p.7)