Todo relacionamento humano é como uma espécie de Frankesnstein, um "monstro" no qual cada pessoa envolvida constitui uma parte, ou várias partes, unidas por um vinculo ou sintonia tão objetiva e concreta quanto irracional e i8ndeterminada. Essa idéia de relacionar-se como " viver um monstro" me foi inspirada pelo original e profundo documentário " Metallica: Some Kind of Monster". Talvez o mais interessante registro já feito sobre o cotidiano de uma banda de rock.
O filme compreende o conturbado processo de gravação do album St. Anger lançado em 2003; as brigas, guerra de egos e não egos, angustias e dilemas pessoais, desencontros e encontros da banda, assistida por um terapeuta naquele momento, deste icone do rock, este monstro sagrado que é o Metallica. Independente disso, acaba nos dizendo muito sobre relacionamento humano... sobre nossa condição humana.
Cabe observar que a imagem do monstro para dizer a experiência de relacionar-se em qualquer dimensão da vida tem um caráter "positivo" ou pelo menos ambíguo . A imagem, do monstro pressupõe tanto complexidade quando dificuldade. Isso faz parte do relacionar-se...
Através de Some Kind of Monster compreendemos melhor a mensagem de St. Anger. Agressividade e raiva, em alguns momentos de qualquer relacionamento se fazem presentes. Podemos lidar com isso de modo destrutivo e negativo o8u simplesmente aceitar que nada é perfeito nesse mundo e a raiva pode nos impulsionar para uma dinâmica mais completa, mais "verdadeira"(!) , em nossos relacionamentos com a gente mesmo e com os outros.
A raiva realmente pode ser santa quando bem direcionada por uma opção pela vida inteira que somos...