O ponto de vista da psicologia analítica em torno do binário ego/consciência a diferencia radicalmente de outras tendências e vertentes do vasto campo da chamada psicologia profunda. Pode-se dizer que o ego, segundo Jung, seria um filho dileto do inconsciente que, permanecendo em permanente dialogo com ele, diferencia-se, estabelece sua própria realidade simbólica.É neste sentido que o mito do herói é normalmente tomado como um modelo para o desenvolvimento egóico em sua “busca de luz” ou de consciência. Podemos considerar seu tortuoso caminho como uma negação ou conflito direto com o aspecto sombrio do arquétipo da Grande Mãe. Mas caberia questionar: esse é o único caminho para o desenvolvimento egoico e, conseqüentemente, para afirmação da cultura e da civilização ?
Na medida em que vivemos em uma cultura unilateralmente orientada para o princípio masculino (logos), é saudável resgatar e buscar o aspecto materno, integra-lo compensatoriamente enquanto referência e principio simbólico/ontológico, relativizando assim nosso padrão masculino de ego/consciência. Se a tradição ocidental, inspirada pelo tradição judaico cristã, alicerçou-se sobre a repressão do feminino e primado do masculino, ela também pressupõe uma fixação inconsciente por este mesmo feminino, uma dependência materna proporcional ao esforço do herói civilizador para libertar-se em sua luta contra o dragão.
Inevitavelmente em nossa cultura ficamos a um meio caminho entre a experiência da própria individualidade e as vivencias dos padrões de comportamento condicionados ao inconsciente coletivo. Precisamos aprender a viver a vida a partir de um setting e experiências emocionais que rearticulem o envolvimento egoico com o universo do irracional e de fantasia delimitado pela experiência primal do universo materno do inconsciente. Trata-se de uma redescoberta do principio feminino (Eros) que nos conduza a uma espécie de reencantamento do mundo e da consciência.
Na medida em que vivemos em uma cultura unilateralmente orientada para o princípio masculino (logos), é saudável resgatar e buscar o aspecto materno, integra-lo compensatoriamente enquanto referência e principio simbólico/ontológico, relativizando assim nosso padrão masculino de ego/consciência. Se a tradição ocidental, inspirada pelo tradição judaico cristã, alicerçou-se sobre a repressão do feminino e primado do masculino, ela também pressupõe uma fixação inconsciente por este mesmo feminino, uma dependência materna proporcional ao esforço do herói civilizador para libertar-se em sua luta contra o dragão.
Inevitavelmente em nossa cultura ficamos a um meio caminho entre a experiência da própria individualidade e as vivencias dos padrões de comportamento condicionados ao inconsciente coletivo. Precisamos aprender a viver a vida a partir de um setting e experiências emocionais que rearticulem o envolvimento egoico com o universo do irracional e de fantasia delimitado pela experiência primal do universo materno do inconsciente. Trata-se de uma redescoberta do principio feminino (Eros) que nos conduza a uma espécie de reencantamento do mundo e da consciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário