Nossos mais elementares atos de fala não
passam de uma reprodução acrítica de palavras comuns, o que reduz a comunicação
ordinária a uma pratica inautenticidade
inspirada pelo mais ralo conformismo. Tendemos
a nos comunicar cotidianamente com os outros a partir das expressões e gírias que
mais ouvimos, ou seja, que circulam com mais intensidade em nosso meio social. Isso
é o que nos dá segurança quanto à qualidade da escuta daquilo que comunicamos.
Mas os atos de fala buscam mais do que a
comunicação, eles são expressão de identidades, tomam a língua como um território,
uma espacialidade que habitamos. Dizer é um modo de ser.