quarta-feira, 29 de agosto de 2018

RENÚNICAS



Não são nossas escolhas que formatam nossa trajetória biográfica, mas nossas renuncias. É a soma de tudo aquilo de que abdicamos, de todos os potenciais não desenvolvidos, de tudo que foi reprimido e esquecido como possibilidade de nós mesmos, que explicam o que ou quem nos tornamos.

E esse processo sistêmico de inibições, de atrofias, é definido antes de tudo pela educação que recebemos e a forma como reagimos a ela. Em segundo lugar é definida pelos limites e possibilidades que um determinado meio social e cultural nos oferece.

A identidade é, portanto, antes de tudo uma falta, uma ausência. Somos também naquilo que deixamos de ser.

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