As vezes penso
que cultura se reduziu hoje a uma
patologia da informação, a uma imagética poluída, que se limita a uma gramática
do efêmero elevada a carcomida condição de verdade.
O hibridismo
entre conhecimento e informação que reduz os saberes a meras técnicas
utilitárias e funcionais, empalideceram nossas narrativas de mundo. Por isso
ainda não fomos capazes de superar o século XX e nos perdemos a meio caminho de
uma pós cultura.
Afogado em um
mundo de informações, já não sei mais quem eu sou. Penso, logo não existo,
entre o sujeito, o objeto e o vazio. Houve um tempo em que tínhamos mais respostas
do que perguntas. Agora, o texto explode a céu aberto em diversidades de
significados ralos que não dão conta de nossa fome de sentido. O que ainda pode
ser pensado, dito ou imaginado? A realidade é feita de migalhas, retalhos e
rastros.