sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

EU, MUNDO E PERCEPÇÃO




Minha existência é imprecisa. Pois não sou este eu que pensa. Nem me identifico com minhas próprias palavras. Ser é um não lugar que extrapola a consciência, um vazio preenchido por signos e símbolos. A vida é gramática e a realidade é este corpo que sou. Assim, sou o meu próprio objeto através de cada pensamento onde o eu e o não eu se realizam como imersão na percepção daquilo que existe, como realidade mundo.
Lembrando Merleau Ponty,
“A percepção não é uma ciência do mundo, não é nem mesmo um ato, uma tomada de posição deliberada; ela é o fundo sobre o qual todos os atos se destacam e ela é pressuposta por eles. O mundo não é um objeto do qual possuo comigo a lei de constituição; ele é o meio natural e o campo de todos os meus pensamentos e de todas as minhas percepções explícitas. A verdade não “habita” apenas o "homem interior", ou, antes, não existe homem interior, o homem está no mundo, e é no mundo que ele se conhece.”.
(MERLEAU-PONTY.In Fenomenologia da percepção , 2006 p.6

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