Uma classificação das coisas como
útil ou inútil apenas pressupõe uma visão utilitária de mundo que descarta o
componente lúdico da existência humana. Por outro lado, recusar a
utilidade como critério e substitui-la pela
significação subjetiva e simbólica não é uma resposta satisfatória ao
utilitarismo. A importância dos girassóis de Van Gogh transcende a objetividade
tanto quanto questiona a subjetividade. A perenidade de nossos feitos e
formulações nos leva a gratuidade, ao
não intencional como critério de valoração das coisas. Nada é importante e
todas as significações são efêmeras.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
FILOSOFIA DA BANALIDADE
A ontologia do banal não merece
grandes reflexões ou discursos. Ao contrário, ela afirma justamente a
inutilidade deles diante de nosso tédio existencial. Tal ontologia expressa a
imediaticidade radical de viver, o fastio do encadeamento incessante dos
momentos em instantes ordinários onde a inércia de ser dá o ritmo da futilidade
de acontecer no mundo. A pratica efetiva de existir é assustadoramente simples,
um assombro, quando despida de nossas representações e valores socioculturais.
Reduzida ao seu exercício imediato e quase exclusivamente biológico e pratico,
a vida se resume ao tédio de estar vivo.
A QUESTÃO DA ALTERIDADE
Tendemos a reduzir o outro aos
nossos próprios limites, a tomar como familiar tudo aquilo que nos é estranho.
É assim que domesticamos a realidade ou lhe impomos nossas precárias certezas e referencias simbólicas. Sempre recusamos o
desconhecido como principio. Nossos juízos são a priorísticos e normativos. Tendemos
a simplificações. Assim inventamos a realidade. Aceitar o outro é uma forma de auto
renuncia com a qual não nos comprometemos. Somos sempre ciosos de nossas
certezas e opiniões, o que torna duvidosa ou limitada nosso declarado
compromisso com a alteridade. Muitas vezes
a confundimos com empatia e tornamos a compreensão uma estratégia de controle.
INTENCIONALIDADE
Queria fazer um poema magro,
Discreto e equilibrado
Para dizer as urgências do dia a
dia.
Alguns versos de tédio e cansaço
Para erguer um consolo inútil
Contra a debilidade dos meus
atos.
Queria substituir com palavras
Tudo aquilo que falta na vida.
Mas as musas da poesia
Não aprovaram meu desespero,
Meu poema fraco....
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
AGUA CORRENTE
Escuto a agua correndo,
Suave e constante,
Como se não fosse a qualquer
parte.
Sempre passando,
Cristalina,
Inventando seu próprio caminho,
Vencendo qualquer resistência.
A agua não tem domínios,
Inventa-se em todos os cantos
Quase como se fosse um vento.
MUNDO E SUBJETIVIDADE
O mundo vivido é sempre o intimo
mundo percebido por cada um. Esta premissa fenomenológica significa que a realidade
do outro só pode ser por mim experimentada indiretamente a partir da minha
própria experiência do real. O outro só
é pensável na medida em que existe um eu, pressupõe co-existência e intencionalidade.
A realidade é, portanto experimentada como uma espécie de um multi eu que me
confronta com múltiplas intencionalidades com as quais sou obrigado a interagir
primeiro física e sensualmente e depois como representação e interpretação.
Não é fácil dizer o que é o mundo
vivido, pois suas fronteiras são elásticas e provisórias já que o mundo em sua
totalidade é uma abstração só possível através da experiência daquilo que é o
mundo para mim.
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