segunda-feira, 13 de junho de 2016

EXISTIR-IR

O futuro é desde sempre uma ausência de vontade,
Uma pré disposição para não permanecer o mesmo
E se deixar desfazer,  refazer ,
Pelo passar brando do tempo
Que a gente mal percebe.
Não somos,
Desde o principio estamos
E nos consumismo de tanta existência.


MINHA EXISTÊNCIA

Estou vazio de todas as questões e duvidas.
Não tenho horizontes,  perguntas
Ou desejos.
Apenas  vontades  inertes,
Silêncio e mansidões.
O mundo que siga seu rumo.
Tenho minhas próprias questões.
Pouco me importa o rumo das coisas.

Minha existência é todo o meu universo.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

SOBRE A COMPULSÃO DE ESCREVER

A necessidade de escrever deve ser sempre maior do que a possibilidade de dizer. A  dialética entre a impulsividade impotência  que da corpo a narrativa é alimentada por este impasse que inspira a imaginação. Bons textos são sempre devedores de alguma abstrata agonia existencial. Cada nova frase é uma luta contra o silêncio, contra o imediatismo da existência. Escrever pode ser classificado como um exercício trágico de vaidade e também um vicio.

terça-feira, 7 de junho de 2016

PENSO, LOGO RESPIRO E AS VEZES ME ENGASGO

Minha existência é a concretude do meu corpo vivo, meu respirar esta imprecisa consciência das coisas que me extrapolam em sensações . 

Penso, logo respiro e as vezes ma engasgo. Assim são as coisas nesta troca constante entre o meu eu e o mundo. 

Mas, que fique claro, a consciência é apenas um nada onde me imagino tudo.  


segunda-feira, 6 de junho de 2016

C.G. JUNG E O PROBLEMA DO NIILISMO CONTEMPORÂNEO

(...) tornar-se um consigo mesmo, e ao mesmo tempo com a humanidade toda (...) é uma opção livre e de decisão individual ... sem uma tal comunidade, o próprio indivíduo que se fundamenta em si mesmo e é independente, não pode progredir por muito tempo.

C.G. Jung  in A Prática da Psicoterapia, vol. XVI das Obras Completas. Petrópolis: Ed. Vozes, 1987.


É pouco observado o fato de que a psicologia de C. G Jung procura dar resposta a falta de significado da existência na sociedade que lhe foi contemporânea. O que ele atribuía a decadência do patrimônio simbólico e referencias culturas da civilização ocidental. Assim, podemos tomar sua obra como uma tentativa de responder a este impasse que, remete ao niilismo como uma tendência ontológica na moderna sociedade de massas, onde a despersonalização dos indivíduos e a secularização da experiência cultural, já não  permite  encontrar um proposito para a vida através de preposições metafisicas ou, simplesmente, da vida simbólica.

Mesmo os defensores da importância da  experiência do sagrado para a economia psíquica, embora  a contra gosto, não podem deixar de admitir  que nosso cenário cultural é desfavorável a respostas deste tipo, a menos que abdiquemos de uma existência dentro do tempo de agora e suas transfigurações técnico cientificas e filosóficas.

Se o processo de individuação é a grande resposta de Jung ao problema contemporâneo do niilismo, devemos também considerar que se trata de uma resposta absolutamente não dogmática. Jung não define exatamente o que entende por individuação. Tomemos este processo  como a realização do inconsciente através de uma consciência diferenciada e capaz de incorporar conteúdos da psique coletiva a ponto de se entregar a um vir a ser constante onde o interior e o exterior  funcionem como dois vasos comunicantes.

Assim, a individuação pressupõem um duplo movimento de diferenciação da consciência individual, através da retirada de projeções e integração de conteúdos inconscientes. 

Do pondo de vista da experiência subjetiva, isso significa a consciência de que a vida faz e não faz sentido, ao mesmo tempo, e que tudo que podemos fazer é construir nossa individualidade como uma obra que oscila entre os dois polos do significado do não significado.


UM TOQUE DE SAUDÁVEL EGOISMO

O que realmente importa
É não se importar com nada,
Viver  de silêncios e indiferenças.

As coisas acontecem
Enquanto minha existência
Não passa de desacontecimento.

Sei que não sou importante
E, mesmo assim,
Sou para mim
Tudo que existe no mundo.

Quero apenas existir,
Sofrer o tempo,
Sem me importar com o mundo.
Tenho muita coisa para viver.
Pouco me importa as informações,
Os jornais e o cotidiano dos outros.


sexta-feira, 3 de junho de 2016

PALAVRAS GUARDADAS

Tenho guardadas algumas boas palavras
Para ocasiões ideais
Que nunca ganharam até agora realidade.
Falo daqueles momentos que proporcionam
A existência
Um significado pleno,
Comovendo a gente
E estancando o tempo.
Poucas vezes provamos destes acontecimentos
Que justificam em poucos minutos
Uma vida inteira.
Tenho guardadas algumas palavras
Que de tão sem uso
Quase nem sei se ainda dizer.


quarta-feira, 1 de junho de 2016

META DEFINIÇÃO DE EXISTÊNCIA

Tenho  vivido intensamente as horas , os dias e os anos.  Tento me reconhecer em tudo que passa, levar a existência as ultimas consequências. Sigo de um nada ao outro em fome de consciência. Mas quanto mais eu vivo e  sei da vida, menos compreendo a mim mesmo, menos espero respostas ou me prendo as vontades de ser.

Então sou na vertigem de uma consciência perdida no mundo em exercícios de desconstruções e lamentos.


terça-feira, 31 de maio de 2016

REFLEXÃO NIILISTA

Até que ponto acredito de fato em meus enunciados
E sou no abstrato de ideais e discursos
Que nada dizem de útil a minha  singularidade?

Talvez eu seja apenas este  vazio
entre   palavra e a existência
Que estranha o pensar e a certeza,
Que duvida inclusive de si mesmo
E nada neste mundo respeita.

Todas as minhas opiniões foram enganos de ocasião.
Somente estive certo sobre  minhas incertezas.


SOBRE A NOVA SUBJETIVIDADE

Vejo as pessoas refletidas no vidro da janela do trem do metrô e elas não me dizem nada, não representam qualquer coisa de humano. São apenas coisas entre as coisas que se oferecem aos meus olhos. Atingimos um estranho estado de humanidade onde os outros já não significam muita coisa e que a própria experiência de si mesmo, alienada da construção de uma esfera privada e subjetiva da existência, reinventa-se  aos trancos e barrancos sob o céu aberto da sociedade de massas e do mimetismo social.