A necessidade de escrever deve
ser sempre maior do que a possibilidade de dizer. A dialética entre a impulsividade
impotência que da corpo a narrativa é alimentada
por este impasse que inspira a imaginação. Bons textos são sempre devedores de
alguma abstrata agonia existencial. Cada nova frase é uma luta contra o
silêncio, contra o imediatismo da existência. Escrever pode ser classificado
como um exercício trágico de vaidade e também um vicio.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
quarta-feira, 8 de junho de 2016
terça-feira, 7 de junho de 2016
PENSO, LOGO RESPIRO E AS VEZES ME ENGASGO
Minha existência é a concretude
do meu corpo vivo, meu respirar esta imprecisa consciência das coisas que me extrapolam em sensações .
Penso, logo respiro e as vezes ma engasgo. Assim são as coisas nesta troca constante entre o meu eu e o mundo.
Mas, que fique claro, a consciência é apenas um nada onde me imagino tudo.
Penso, logo respiro e as vezes ma engasgo. Assim são as coisas nesta troca constante entre o meu eu e o mundo.
Mas, que fique claro, a consciência é apenas um nada onde me imagino tudo.
segunda-feira, 6 de junho de 2016
C.G. JUNG E O PROBLEMA DO NIILISMO CONTEMPORÂNEO
(...) tornar-se um consigo
mesmo, e ao mesmo tempo com a humanidade toda (...) é uma opção livre e de
decisão individual ... sem uma tal comunidade, o próprio indivíduo que se
fundamenta em si mesmo e é independente, não pode progredir por muito tempo.
C.G. Jung in A
Prática da Psicoterapia, vol. XVI das Obras Completas. Petrópolis: Ed.
Vozes, 1987.
É pouco observado o fato de que a
psicologia de C. G Jung procura dar resposta a falta de significado da
existência na sociedade que lhe foi contemporânea. O que ele atribuía a decadência
do patrimônio simbólico e referencias culturas da civilização ocidental. Assim,
podemos tomar sua obra como uma tentativa de responder a este impasse que,
remete ao niilismo como uma tendência ontológica na moderna sociedade de
massas, onde a despersonalização dos indivíduos e a secularização da
experiência cultural, já não permite encontrar um proposito para a vida através de
preposições metafisicas ou, simplesmente, da vida simbólica.
Mesmo os defensores da importância
da experiência do sagrado para a economia
psíquica, embora a contra gosto, não
podem deixar de admitir que nosso cenário
cultural é desfavorável a respostas deste tipo, a menos que abdiquemos de uma
existência dentro do tempo de agora e suas transfigurações técnico cientificas
e filosóficas.
Se o processo de individuação é a
grande resposta de Jung ao problema contemporâneo do niilismo, devemos também
considerar que se trata de uma resposta absolutamente não dogmática. Jung não
define exatamente o que entende por individuação. Tomemos este processo como a realização do inconsciente através de
uma consciência diferenciada e capaz de incorporar conteúdos da psique coletiva
a ponto de se entregar a um vir a ser constante onde o interior e o exterior funcionem como dois vasos comunicantes.
Assim, a individuação pressupõem
um duplo movimento de diferenciação da consciência individual, através da retirada de
projeções e integração de conteúdos inconscientes.
Do pondo de vista da experiência subjetiva, isso significa a consciência de que a vida faz e não faz sentido, ao mesmo tempo, e que tudo que podemos fazer é construir nossa individualidade como uma obra que oscila entre os dois polos do significado do não significado.
Do pondo de vista da experiência subjetiva, isso significa a consciência de que a vida faz e não faz sentido, ao mesmo tempo, e que tudo que podemos fazer é construir nossa individualidade como uma obra que oscila entre os dois polos do significado do não significado.
UM TOQUE DE SAUDÁVEL EGOISMO
O que realmente importa
É não se importar com nada,
Viver de silêncios e
indiferenças.
As coisas acontecem
Enquanto minha existência
Não passa de desacontecimento.
Sei que não sou importante
E, mesmo assim,
Sou para mim
Tudo que existe no mundo.
Quero apenas existir,
Sofrer o tempo,
Sem me importar com o mundo.
Tenho muita coisa para viver.
Pouco me importa as informações,
Os jornais e o cotidiano dos outros.
sexta-feira, 3 de junho de 2016
PALAVRAS GUARDADAS
Tenho guardadas algumas boas palavras
Para ocasiões ideais
Que nunca ganharam até agora realidade.
Falo daqueles momentos que proporcionam
A existência
Um significado pleno,
Comovendo a gente
E estancando o tempo.
Poucas vezes provamos destes acontecimentos
Que justificam em poucos minutos
Uma vida inteira.
Tenho guardadas algumas palavras
Que de tão sem uso
Quase nem sei se ainda dizer.
quarta-feira, 1 de junho de 2016
META DEFINIÇÃO DE EXISTÊNCIA
Tenho vivido intensamente as
horas , os dias e os anos. Tento me
reconhecer em tudo que passa, levar a existência as ultimas consequências. Sigo
de um nada ao outro em fome de consciência. Mas quanto mais eu vivo e sei da vida, menos compreendo a mim mesmo,
menos espero respostas ou me prendo as vontades de ser.
Então sou na vertigem de uma consciência perdida no mundo em exercícios
de desconstruções e lamentos.
terça-feira, 31 de maio de 2016
REFLEXÃO NIILISTA
Até que ponto acredito de fato em meus enunciados
E sou no abstrato de ideais e discursos
Que nada dizem de útil a minha singularidade?
Talvez eu seja apenas este vazio
entre palavra e a existência
Que estranha o pensar e a certeza,
Que duvida inclusive de si mesmo
E nada neste mundo respeita.
Todas as minhas opiniões foram enganos de ocasião.
Somente estive certo sobre minhas incertezas.
SOBRE A NOVA SUBJETIVIDADE
Vejo as pessoas refletidas no vidro da janela do trem do metrô e elas
não me dizem nada, não representam qualquer coisa de humano. São apenas coisas
entre as coisas que se oferecem aos meus olhos. Atingimos um estranho estado de
humanidade onde os outros já não significam muita coisa e que a própria
experiência de si mesmo, alienada da construção de uma esfera privada e
subjetiva da existência, reinventa-se aos trancos e barrancos sob o céu aberto da
sociedade de massas e do mimetismo social.
SOBRE A ARTE DA REFLEXÃO
Só é digno da vida aquele que respira a própria individualidade como
princípio de existência.
Não busque um lugar no mundo fundado no sacrifício de suas angustias
mais pessoais. Não seja racional o tempo todo. Pois pensar é romper com os
lugares comuns do mundo e se auto destruir e reconstruir o tempo todo.
Seja em suas dilacerações, em suas incertezas e contradições. Abrace a
totalidade confusa que te define no mundo até a exaustão e a vertigem do
pensamento.
quarta-feira, 25 de maio de 2016
O VAGO DA ESSÊNCIA
Somos feitos de circunstancias,
de mundo mais do que ego,
de palavras mais do que afetos.
Somos em nossos gestos,
No abstrato quase concreto.
Mas apenas nos realizamos
No silêncio,
No mais profundo vazio.
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