Havia uma
estranha distância entre o muito que eu queria e o pouco que esperava. Havia
perdido o mau hábito de me levar por utopias e o bom senso de ser prudente com
os fatos.
Reescrevia minhas
ousadias e vontades em um silêncio explosivo que, de modo surpreendentemente
discreto, desafiava todas as ordens e representações do mundo.
Minha única arma
era a aventura do pensamento e a descrença nos tantos lugares comuns e carcomidas
certezas que ainda coletivamente nos sustentava qualquer ideal de vida.
Fui beber entre
os niilistas que estavam serenamente sentados a beira do abismo.