Alguns sonhos estão latentes na
proximidade do imediatamente dado.
Quando o percebemos como um misto
de fantasia e desejo a assombrar o pensamento, nos damos conta de que somo
prisioneiros dos nossos atos e gestos,
que somos limitados por nossas auto definições e convicções e que, em alguma
parte de nós, reside o inteiramente outro de nós mesmos.
Trata-se aqui daquilo tudo que nos recusamos a viver e
se cristalizou como hipótese de opções perdidas. Falo daquele segundo em que
não dobramos a esquina e não desistimos
da segurança do previsível. Como se o acaso e a sorte exigissem bons jogadores
e não apenas indivíduos suficientemente audaciosos para se exporem ao incerto e
ao risco.
Você podia ter escolhido ir a
praia no luar do trabalho, embriagar-se naquela madrugada em vez de dormir
cedo... Começar uma conversa com aquela
garota no elevador... Tanta coisa podia ter feito diferente e se rasgado um
pouco. Mas não. Isso não lhe seria suficiente. Nada te esgota a vontade que de
tão intensa já não comporta mais qualquer objeto.