“A arte e nada como a arte! Ela é a grande possibilidade da vida, a grande sedutora para a vida, o grande estimulante da vida...
A arte como a única força contrária superior, em oposição a toda vontade de negação; anticristã, antibudista e antiniilista por excellence.
A arte como redenção de quem conhece, daquele que vê,- e quer ver o caráter temível e problemático da existência, do conhecedor,(-) Trágico.
A arte como a redenção do homem de ação,- daquele que não apenas vê o caráter terrível e problemático da existência, mas antes o vive e quer vive-lo, do homem que é guerreiro trágico, do herói.
A arte como redenção do sofredor,- como caminho para estados nos quais o sofrer é querido, transfigurado, divinizado; nos quais o sofrer é uma forma de grande arrebatamento.”
É impossível ler esta passagem de A Vontade de Poder, obra derradeira e inacabada de Nietzsche, sem construir paralelos com a Teoria Estética, obra também derradeira de Theodor W. Adorno. O fato é que o mundo e a cultura revelaram-se na modernidade tardia simples simulacro, ilusões onde o próprio conceito de realidade perdeu sua importância.
Assim sendo, a arte tornou-se mais
verdadeira e rica enquanto experiência
do que todo cotidiano possível. Neste sentido, o seguinte fragmento de A Vontade de
Poder é um perfeito exemplo do lugar da arte em nossas configurações toscas de
realidade e mundo.
A arte redime a vida fazendo da existência um arrebatamento estético.
A arte redime a vida fazendo da existência um arrebatamento estético.