sábado, 8 de agosto de 2015

SOBRE A ESTÉTICA DA VIDA E O ESPIRITO TRÁGICO


“A arte e nada como a arte! Ela é a grande possibilidade da vida, a grande sedutora para a vida, o grande estimulante da vida...
A arte como a única força contrária superior, em oposição a toda vontade de negação; anticristã, antibudista e antiniilista por excellence.
A arte como redenção de quem conhece, daquele que vê,- e quer ver  o caráter temível e problemático da existência, do conhecedor,(-) Trágico.
A arte como a redenção do homem de ação,- daquele que não apenas vê o caráter terrível e problemático da existência, mas antes o vive e quer vive-lo, do homem que é guerreiro trágico, do herói.
A arte como redenção do sofredor,- como caminho para estados nos quais o sofrer é querido, transfigurado, divinizado; nos quais o sofrer é uma forma de grande arrebatamento.”





É impossível ler esta passagem de A Vontade de Poder, obra  derradeira e inacabada de Nietzsche, sem construir paralelos com a Teoria Estética, obra também derradeira de Theodor W. Adorno. O fato é que o mundo e a cultura revelaram-se na modernidade tardia simples simulacro, ilusões onde o próprio conceito de realidade perdeu sua importância. 

 Assim sendo, a arte tornou-se mais verdadeira e rica enquanto experiência  do que  todo cotidiano possível.  Neste sentido, o seguinte fragmento de A Vontade de Poder é um perfeito exemplo do lugar da arte em nossas configurações toscas de realidade e mundo.

A arte redime a vida fazendo da existência um arrebatamento estético.


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