Talvez o futuro permaneça como
uma meta de ruptura entre o passado e o presente de nossa civilização, um
horizonte de ruptura com tudo aquilo que até aqui nos definiu o mundo. Afinal, a
cultura técnico científica esta longe de atingir um ponto morto, um estágio estacionário
do conhecimento. Muito pelo contrário. A ciência se revela cada vez mais como
um artifício de transformação do nosso cotidiano, dos nossos hábitos e modos de
codificação do real. Talvez em menos de um século tal capacidade alcance o
momento de colocar em jogo tudo aquilo que nos parecia real e possível até
então. Confesso que aposto fervorosamente nesta audaciosa possibilidade.
Viagens espaciais, por exemplo, estão se
tornando cada vez menos uma questão de ficção cientifica.
Nas palavras de Stephen Hawking
in O Universo em uma Casca de Noz,
“ A visão do futuro de Jornada
nas Estrelas- de que atingiremos um nível avançado de, mas essencialmente
estático- pode concretizar-se quanto ao
nosso conhecimento das leis básicas que governam o universo. Como descreverei
no próximo capitulo, pode haver uma
teoria final que descobriremos naquele
futuro nõ muito distante. Essa teoria final, se existir, determinará se o sonho
da propulsão de dobra de Jornada nas Estrelas poderá se concretizar. De acordo
com as ideias atuais, teremos de explorar a galáxia de maneira lenta e tediosa,
em espaçonaves viajando mais lentamente que a luz. Mas, por não dispomos ainda
de uma teoria unificada completa, não podemos descartar a propulsão de dobra.
Por outro lado, já conhecemos as
leis validas em todas as situações, exceto nas mais extremas: as leis que governam
a tripulação da Enterprise, se não a própria espaçonave. Mas não parece que
chegaremos a atingir um estado estacionário nas aplicações dessas leis ou na complexidade dos sistemas
que podemos produzir com elas.”
O futuro é, ao meu ver, um
momento de ruptura profunda que nos obriga a superar a condição de inquietos
filhos do tempo presente que se perderam do passado. Tudo um dia será o
inteiramente outro de tudo aquilo que já foi e não deixou vestígios. Talvez um
dia os vestígios do passado sejam apagados pelo novo.
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