Tornei-me
Um simples ensaio
De mim mesmo.
Um esboço incompleto
Do que deveria ser,
Do que poderia viver ou fazer.
Desencontrei-me do destino
Em alguma curva da vida...
Minha existência
Ainda não aconteceu.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
sábado, 21 de março de 2009
quinta-feira, 19 de março de 2009
DIA PERDIDO
Deixei o dia
Passar por mim
Em silêncio.
Fiz dele uma data
Em branco,.
Um furo no calendário
A doer na memória
Como um testemunho
De antigas inércias e niilismos,
De minha falta de mundos
Dentro da insensatez do mundo.
Passar por mim
Em silêncio.
Fiz dele uma data
Em branco,.
Um furo no calendário
A doer na memória
Como um testemunho
De antigas inércias e niilismos,
De minha falta de mundos
Dentro da insensatez do mundo.
PASSEIO
Acordei com o tempo
Pesando no corpo
E a vida engasgada
Nos pensamentos.
Só me restou
Sair sem rumo
Pela cidade aberta
Em aleatório movimento
De ser entre as coisas.
Pesando no corpo
E a vida engasgada
Nos pensamentos.
Só me restou
Sair sem rumo
Pela cidade aberta
Em aleatório movimento
De ser entre as coisas.
CRÔNICA RELÂMPAGO XL VII
Quanto do seu tempo dedicas a si mesmo, aos frívolos caprichos do seu simples acontecer? Talvez seja essencial ao equilíbrio dos pensamentos e incontornáveis passos automáticos e tensos do dia a dia ocupar-se regularmente com o nada mais intimo e incomunicável; abandonar-se as delicias e preguiças que produzem as inércias essenciais a mais plena experiência de individualidade e imanência.
Periodicamente precisamos esquecer o mundo, estabelecer nossas estratégias de silêncio e entregar o corpo e o viver a inspiração das preguiças, pequenos e fúteis prazeres.
Periodicamente precisamos esquecer o mundo, estabelecer nossas estratégias de silêncio e entregar o corpo e o viver a inspiração das preguiças, pequenos e fúteis prazeres.
domingo, 15 de março de 2009
APOLOGIA A PAN
sábado, 14 de março de 2009
NOTA SOBRE BAUDRILLARD, CULTURA DO SIMULACRO E PÓS MODERNIDADE
Para Baudrillard a superação do domínio do econômico sobre a vida é uma ilusão ingênua uma vez que os artefatos culturais , as imagens, representações, sentimentos e estruturas psíquicas tornaram-se parte dos jogos simbólicos da economia. Na verdade a economia tornou-se a grande mediadora de nosso consenso de realidade.
Por outro lado, segundo esse mesmo autor podemos pensar a cultura contemporânea como um regime de simulação, de incessante produção de imagens não fundamentadas na “realidade”, de objetos e experiências manufaturadas que tentam ser “hiper-realistas”, mais reais que a realidade objetiva. Em outras palavras, já não se exige mais que os signos tenham algum contato verificável com o mundo que supostamente representam.
Por outro lado, segundo esse mesmo autor podemos pensar a cultura contemporânea como um regime de simulação, de incessante produção de imagens não fundamentadas na “realidade”, de objetos e experiências manufaturadas que tentam ser “hiper-realistas”, mais reais que a realidade objetiva. Em outras palavras, já não se exige mais que os signos tenham algum contato verificável com o mundo que supostamente representam.
GREEN EYES
sexta-feira, 13 de março de 2009
ILUSION
Abracei em uma tarde fria
Um destino qualquer
Para viver de ilusões...
Serei como todo mundo,
Saberei saboreando o concreto
O fugidio momento
Que agora se perde vazio
Na realização dos atos.
Mergulharei na multidão
Correndo ao encontro do nada
Em poses de sentido
Com um discreto sorriso
De certeza de amanhã pretendido
E estética de ilusões.
Decorarei a face estática
Que me define
Com o brilho de um sol de outros mundos...
Um destino qualquer
Para viver de ilusões...
Serei como todo mundo,
Saberei saboreando o concreto
O fugidio momento
Que agora se perde vazio
Na realização dos atos.
Mergulharei na multidão
Correndo ao encontro do nada
Em poses de sentido
Com um discreto sorriso
De certeza de amanhã pretendido
E estética de ilusões.
Decorarei a face estática
Que me define
Com o brilho de um sol de outros mundos...
quarta-feira, 11 de março de 2009
ATOS IMPUROS: A VIDA DE UMA FREIRA LESBICA NA ITALIA DA RENASCENÇA by JUDITH C BROWN
Atos impuros: A vida de uma freira lésbica na Itália da renascença, da historiadora norte americana Judith C. Brown, é uma pesquisa bem documentada e original sobre as representações sociais da sexualidade configuradas pelo imaginário renascentista.
Chama atenção nesta narrativa histórica, as dificuldades que as autoridades ( homens...) da época enfrentavam para compreender a sexualidade lésbica na ausência de vocabulários e conceitos que lhes permitissem "ler" essa experiência feminina de modo adequado ou, ousaria dizer, satisfatório.
Cabe observar que, mais que a “sodomia masculina”, a “sodomia” entre as mulheres era o “pecado que não pode ser nomeado”; consequentemente os documentos de época sobre o tema são escassos, tornando-o um dos mais complexos campos de estudo da historia da sexualidade ocidental.
Por tudo isso, o caso de Benedetta Carlini de Vellano, a visionária abadessa das freiras Teatinas de Pescia, que viveu no séc. XVI, é um precioso e raro estudo de caso que, considerando o método e narrativa adotados por Judidth, também nos leva as fronteiras entre história e literatura.
Chama atenção nesta narrativa histórica, as dificuldades que as autoridades ( homens...) da época enfrentavam para compreender a sexualidade lésbica na ausência de vocabulários e conceitos que lhes permitissem "ler" essa experiência feminina de modo adequado ou, ousaria dizer, satisfatório.
Cabe observar que, mais que a “sodomia masculina”, a “sodomia” entre as mulheres era o “pecado que não pode ser nomeado”; consequentemente os documentos de época sobre o tema são escassos, tornando-o um dos mais complexos campos de estudo da historia da sexualidade ocidental.
Por tudo isso, o caso de Benedetta Carlini de Vellano, a visionária abadessa das freiras Teatinas de Pescia, que viveu no séc. XVI, é um precioso e raro estudo de caso que, considerando o método e narrativa adotados por Judidth, também nos leva as fronteiras entre história e literatura.
NOTAS PARA UMA MORAL PÓS MODERNA
O cândido ideal ética universalista, ao contrario do que pensam alguns, tornou-se nos últimos tempos uma pretensão filosófica ingênua. Já não é mais possível conceber uma finalidade teleológica valida para todos os indivíduos.
A ética tornou-se uma questão individual, remetendo antes de tudo a qualidade das escolhas realizadas pelos indivíduos e seus desdobramentos coletivos. Mas tais escolhas já não são mais constrangidas por abstratas e pueris convenções e preceitos dogmáticos como ainda sonham os adeptos dos diversos neo fundamentalismos religiosos.
Uma ética pos moderna tem como ponto de partida uma espécie de principio de responsabilidade por tudo aquilo que escolhemos e fazemos. Pressupõe indivíduos cujo nível de consciência é suficientemente elevado para, transcendendo qualquer orientação moral coletiva pretensamente universalista, estabelecer sociabilidades positivas através do exercício de sua liberdade e do reconhecimento da pluralidade e diversidade como principio da vida humana.
A ética tornou-se uma questão individual, remetendo antes de tudo a qualidade das escolhas realizadas pelos indivíduos e seus desdobramentos coletivos. Mas tais escolhas já não são mais constrangidas por abstratas e pueris convenções e preceitos dogmáticos como ainda sonham os adeptos dos diversos neo fundamentalismos religiosos.
Uma ética pos moderna tem como ponto de partida uma espécie de principio de responsabilidade por tudo aquilo que escolhemos e fazemos. Pressupõe indivíduos cujo nível de consciência é suficientemente elevado para, transcendendo qualquer orientação moral coletiva pretensamente universalista, estabelecer sociabilidades positivas através do exercício de sua liberdade e do reconhecimento da pluralidade e diversidade como principio da vida humana.
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