terça-feira, 7 de outubro de 2014

QUALQUER PALAVRA

Qualquer palavra para mudar o dia,
Qualquer grito...
É tudo de que preciso
No impreciso de  mim mesmo.
Não importa  se a tarde esta linda
Ou como passo as horas.
Não importa .

Ontem foi cedo,
Hoje já  é tarde
E o amanhã não existe.

Só quero agora
Encontrar a palavra certa
Para dizer minha sina.


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

PARA ALÉM DO SER OU NÃO SER

Enquanto brincamos de Ser ou não Ser qualquer coisa,
apenas existimos e pouco vivemos.
A vida não está nas opções que nos são impostas.
Viver transcende a falácia das escolhas.
É um ato rebelde de imaginação,
Um desafio que torna
Virtual a ilusão.


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A REALIDADE

A realidade é sempre maior do que nossas opiniões sobre ela.
Nunca cabe em  convicções,
Emoções e afetos.

A realidade
É tudo aquilo
Sobre o que não temos controle
E desafia nosso conhecimento.

Já a verdade
É tudo aquilo
Que ingenuamente esperamos da realidade.


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

PÓS IDENTIDADE

Não sei o que de mim fica
Neste rálo instante,
Não sei se sou
Ou se me desfaço.
Quase não me vejo
No tempo e no espaço.
Prefiro seguir o caminho do outro
E apagar os vestigios

Do meu rastro.

domingo, 21 de setembro de 2014

AFORISMA SOBRE O EFÊMERO

A vida parece, as vezes, um filme mudo em preto e branco onde os gestos  e o olhar falam mais do que o possível de qualquer palavra.

A vida, as vezes, é como um teatro mágico de consciência e signos que não cabe em qualquer definição de humanidade.
É só poesia  e aventura na profunda superficialidade de um simples e desproposital instante.


terça-feira, 16 de setembro de 2014

SIMULACRO E SIMULAÇÃO

Os simulacros são experiências, códigos e objetos sem referência que se apresentam mais reais do que a própria realidade, ou seja, eles representam uma espécie de “hiper-realidade”. Desta forma não é uma oposição entre o real e o irreal que sugere o conceito de simulacro, pelo menos tal como utilizado por Baudrillard, ele afirma a desrealidade, uma perda de substância ou de significação dos signos, que leva a uma aproximação radical entre o metafórico e o real.


Trata-se, assim, de um esvaziamento do conceito de realidade onde todas as nossas possíveis codificações e discursos de mundo caem no vazio de uma objetividade que é sua própria paródia em um jogo de metamorfoses entre sentido e não sentido definido por nossas trocas simbólicas.

DESCUBRA SEU DETETIVE INTERIOR

Qualquer leitor de Sherlock Holmes sabe que o mais elementar em qualquer investigação é aprender a ver aquilo que simplesmente está diante dos olhos. São os detalhes que  definem a realidade.

Reaprender  a apreensão cognitiva do real diande de um cenario existencial onde o quadro geral  tornou-se insuficiente para uma leitura satisfatória do mundo é agora, de modo similar, um desafio que se apresenta ao indivíduo contemporâneo.

Se nosso modo de saber a realidade é  formatado pelos valores e configurações sociais da sociedade em que nascemos e crescemos, a critica cotidiana do nosso ser social nos adestra na delicada arte  de enxergar mais do que aquilo que nossas gramaticas de mundo permitem apreender.

Cabe hoje aqueles que aceitam o desafio do pensamento livre adentrar o labirinto dos emblemas e sinais  enterrados nos subterrâneos do mais simples cotidiano.  A título de exemplo, o modo peculiar como cada pessoa  fala, o timbre de sua voz e suas sutís variações, definém mais uma pessoa do que seus discursos e convicções.


A teatralidade de um ser humano é reveladora sobre o abstrato e vago exercício da condição humana. 

domingo, 14 de setembro de 2014

MICROFÍSICA DA FELICIDADE

Sentir-se bem e pleno
é realizar sua máxima subjetividade
Em todas as coisas do dia a dia.
Logo, felicidade é uma palavra vazia.

Cada um lhe impõe os significados
Que bém entende
No desafio de uma paz permanente,
De uma alegria que mesmo quando oscila,
Jamais se perde

E não depende da falácia de uma vida perfeita.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

CONTRA A DITADURA DO ABSOLUTISMO RELIGIOSO

Mesmo os adeptos da metafísica religiosa que se predispõe a um diálogo com o ativismo ateísta contemporâneo, partem muitas vezes de uma falsa e lamentável premissa.

Não raramente reduzem a crítica ateísta a critica as concepções “distorcidas” da imago dei e ao combate a certas instituições religiosas que utilizam a fé enquanto fenômeno social motivadas por interesses “duvidosos”.

Assim, paradoxalmente, tomam o ateísmo como um instrumento indireto de uma suposta “autenticidade da fé” a ser resgatada e, consequentemente, como um adversário estranhamente fraterno.

A “boa vontade” de tal argumentação dissolve-se frente à clara incapacidade dos seus partidários em aceitar como legitimo o questionamento absoluto de qualquer premissa metafísica. Não é para eles uma possibilidade relativizar a convicção dogmática de que deus existe e isso absolutamente não é passível de qualquer questionamento relevante.

Caberia apenas discutir, segundo este ponto de vista, as razões que conduzem os “ateus de boa vontade” a recusa de uma verdade dada e tão “evidente” quanto à religiosa.

O que o novo ateísmo busca, entretanto, é muito mais do que a simples recusa ou critica das institucionalidade religiosa e suas praticas coletivas. O que realmente encontra-se em questão é a possibilidade de uma cultura social totalmente desvinculada de qualquer premissa religiosa.


O  ateísmo afirma  que vivemos em uma sociedade plural onde nenhuma verdade é sagrada, nenhum ponto de vista é privilegiado, e convicções religiosas não passam de mais uma entre tantas outras possibilidades de construção de uma realidade socialmente significativa. 

POR UMA VIDA AUTÊNTICA

É muito trivial que nossa conduta seja conduzida pela reprodução acrítica de hábitos de pensamento e não pela primazia de escolhas inspiradas pela crítica dos fatos e das circunstancias.

O acriticismo é o princípio do mimetismo da vida cotidiana.  Isso serve tanto para um acadêmico nova iorquino de esquerda quanto para o individuo mais tacanho de um aldeamento rural localizado em algum recanto da Asia.

Vivemos da microfísica de nossos hábitos mais elementares. O que realmente faz diferença, é o quanto de subjetividade conseguimos investir em nossas praticas coletivas e objetivas, o quanto somos capazes de individuar nossas experiências e imprimir nelas a marca de uma singularidade que contradiz seus próprios lugares comuns.


As ferramentas fornecidas pelos hábitos e práticas de determinada cultura, valores, costumes e padrões de pensamento, já não são suficientes para garantir ao indivíduo o pleno exercício de si mesmo. Nenhuma divindade lhe apaziguará sua auto-consciência ou a percepção de suas contradições internas.