sexta-feira, 12 de setembro de 2014

CONTRA A DITADURA DO ABSOLUTISMO RELIGIOSO

Mesmo os adeptos da metafísica religiosa que se predispõe a um diálogo com o ativismo ateísta contemporâneo, partem muitas vezes de uma falsa e lamentável premissa.

Não raramente reduzem a crítica ateísta a critica as concepções “distorcidas” da imago dei e ao combate a certas instituições religiosas que utilizam a fé enquanto fenômeno social motivadas por interesses “duvidosos”.

Assim, paradoxalmente, tomam o ateísmo como um instrumento indireto de uma suposta “autenticidade da fé” a ser resgatada e, consequentemente, como um adversário estranhamente fraterno.

A “boa vontade” de tal argumentação dissolve-se frente à clara incapacidade dos seus partidários em aceitar como legitimo o questionamento absoluto de qualquer premissa metafísica. Não é para eles uma possibilidade relativizar a convicção dogmática de que deus existe e isso absolutamente não é passível de qualquer questionamento relevante.

Caberia apenas discutir, segundo este ponto de vista, as razões que conduzem os “ateus de boa vontade” a recusa de uma verdade dada e tão “evidente” quanto à religiosa.

O que o novo ateísmo busca, entretanto, é muito mais do que a simples recusa ou critica das institucionalidade religiosa e suas praticas coletivas. O que realmente encontra-se em questão é a possibilidade de uma cultura social totalmente desvinculada de qualquer premissa religiosa.


O  ateísmo afirma  que vivemos em uma sociedade plural onde nenhuma verdade é sagrada, nenhum ponto de vista é privilegiado, e convicções religiosas não passam de mais uma entre tantas outras possibilidades de construção de uma realidade socialmente significativa. 

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