é a degradada lembrança
dos anos de infância,
a ilusão de que um dia
tivemos esperanças,
que éramos felizes
sobre a tutela dos pais
e toda alegria do mundo
cabia dentro de casa.
O que nos conforma
é a mansidão que nos ensinaram
nos anos em que tudo era quase sonho e nada nos ameaçava.
O que nos conforma é lembrar a TV,
o rádio e o jornal diário
que nos inventavam a mentira de um mundo mágico,
mais do que suportável.
O que nos conforma
é o que fomos, lembramos,
e nos faz hoje
querer de volta o passado
para sobreviver ao futuro.
O que nos conforma
é a intensidade de nossas primitivas ilusões.