onde pouco importam
os atores, o cenário
ou o roteiro.
Onde só interessa
o não sentido do simulacro.
Tudo é um nada
há devorar nossos atos,
palavras, sentimentos
e expectativas.
Para ilusão só há sonho e verdade.
Sem distinção
entre a fantasia e a realidade.
O autor é o ator,
a platéia e a ausência de sentido,
que a tudo e a todos move
no desenrolar de uma cena antiga
onde não há diálogos e tudo se faz no improviso.
Antes que hoje se perca no ontem,
sobre o cadáver de algum futuro,
é sempre tempo para baixarem as cortinas.
Mesmo que a vida sempre prossiga
renovando e atualizando nosso insano espetáculo.