É livre do ego, do texto,
do engano da palavra mestre.
A voz é rebelde,
Desobediente e luciferiana,
Intempestiva, intransigente
e soberana.
A voz é mais do que diz.
Não se conforma ao discurso,
a norma.
A voz é potência,
An- arquia que vem,
transgressão,
ato que se faz lugar,
algo que nos torna ninguém,
um modo de ser e estar
entre incertezas e indeterminações.
A voz é nada,
não se conforma ao sentido, ao som,
ou a palavra.
A voz é o silêncio
que inventa o corpo em movimento.
Ela é luz e espanto,
raio e trovão.