diante de nossas atonicas infâncias.
Vimos o pesadelo acordar entre os fatos,
o deserto crescer contra a realidade
e o dia escurecer nossos sonhos.
O passado cobriu os telhados
de nossa cidade morta.
Nada nos restava fazer
a não ser contemplar o outono
do mundo que nos viu nascer.
O tempo roubou a vida
que nos esperava
depois do dia seguinte.
Devorou nossas lembranças,
quebrou nossas certezas.
Tínhamos apenas o agora,
sem antes e depois,
contemplando o vazio da eternidade
com o cadáver do futuro
aos nossos pés.
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