Invento minha liberdade
na medida em que me faço cotidianamente rebelde,
em que rejeito toda autoridade,
seja humana, divina
ou narcisista.
Faço -me livre
sempre que repúdio todo poder,
toda norma,
que que me diminui
e domina,
que me reduz a letra da lei,
a ação da polícia, do juiz ,
dos doutos, dos moralistas
e das gramáticas.
Recuso todas as mentiras feitas e ditas pelos escravos da Igreja e do Estado.
Não me submeto aos seus tribunais,
delitos, prisões, penas e rótulos.
Invento minha liberdade
na medida em que excedo limites,
em que tenho veementemente questionado, desqualificado,
e cuspido em toda repugnante autoridade e hierarquia
esculpindo no escuro da civilização
a sombra do meu corpo nu,
bárbaro e bruto.
Invento minha liberdade na medida em que nunca me enquadro
e juro lealdade ao diabo.