ao seu próprio modo,
cego e enganado
por meia dúzia de convicções,
princípios e ilusões.
Eis o resultado de alguns anos de educação:
Cada pobre indivíduo contemporâneo
Vive mansamente condicionado
a alguma impressão de verdade,
certeza, vaidade ou vontade de mundo,
que o faz levantar todos os dias
para uma rotina vazia
que hipotetica ou hipocritamente
o torna útil a sociedade.
Sociedade esta, cabe dizer,
formatada por poderes absurdos, desigualdades e insanidades inimagináveis,
que fazem parecer utópico qualquer ideal de bem comum ou felicidade.
Mas mesmo se horrorizados ou indiferentes a tudo
nos entreguassemos aos prazeres efêmeros
de um raso viver amoral e imediatista,
ainda assim permaneceriamos como vítimas da ilusão
de qualquer convicção vazia.
Afinal, É próprio do humano
inventar justificativas, motivos e identidades
para suportar a brutalidade de sua própria insignificância e miséria existêncial.
É próprio do humano julgar,
esperar e querer o infinito
em lugar de simplesmente experimentar e perecer sem qualquer vontade ou espectativa
que transcenda o instante.