quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

O EQUÍVOCO DA VERDADE E DA CIVILIZAÇÃO

Cada um segue,
ao seu próprio modo,
cego e enganado
por meia dúzia de convicções,
princípios e ilusões.

Eis o resultado de alguns anos de educação:
Cada pobre indivíduo contemporâneo
Vive mansamente  condicionado
a alguma impressão de verdade,
certeza, vaidade ou vontade de mundo,
que o faz levantar todos os dias
para uma rotina vazia 
que hipotetica ou hipocritamente
o torna útil a sociedade.

Sociedade esta, cabe dizer, 
formatada por  poderes absurdos, desigualdades e insanidades inimagináveis,
que fazem parecer  utópico qualquer ideal de bem comum ou felicidade.

Mas mesmo se horrorizados ou indiferentes a tudo
nos entreguassemos aos  prazeres efêmeros
de um raso viver amoral e imediatista,
ainda assim permaneceriamos como vítimas da ilusão
de qualquer convicção vazia.

Afinal, É próprio do humano
inventar justificativas, motivos e identidades
para suportar a brutalidade de sua própria insignificância e miséria existêncial.

É próprio do humano julgar,
esperar e querer o infinito 
em lugar de simplesmente experimentar e perecer sem qualquer vontade ou espectativa
que transcenda o instante.














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